segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

E o cheiro?!

---- Antes do cheiro --------

Eu não quero julgar aqui, mas acho um pouco impossível descrever o que sinto sem fazer um pouco de julgamento. Mas julgo, não condeno. E não julgo as mães - que sempre tentam fazer o melhor para os seus filhos - mas a sociedade em geral que entorna e modifica a mãe para que façam o "serto" com S, sem ver as consequências de seus atos, querendo de toda forma se ver longe da natureza e perto do robótico (e há de ter gente que gosta dessa ideia, o que não é nem de longe o meu caso)

--- Para sentir o cheiro ----------.

Com o advento da modernidade - e que merdanidade na verdade - não é raro encontrarmos pais por aí todo orgulhosos do seus filhos que dormem a noite inteira sozinhos presos no berço, no quarto escuro depois daquele hilário treinamento vindo de tortura militar de deixa-los sozinhos chorando (ou outros treinamentos animalescos do tipo) e de se orgulharem de que nunca dormiram na cama deles e  que as crianças nunca dormiram com eles.

Eu não falo nada - mas penso: "caramba, como será ter um filho e nunca sentir o seu cheiro na madrugada? nunca dormir embalado no sono deles? nunca se conectar com eles no momento que mais precisam de você?"

E ainda me pergunto, qual a razão de deixar uma criança tão pequena sozinha em um quarto, se a maioria dos adultos não dormem sozinhos?
Qual a razão de ignorar os instintos de um bebê (e da mãe) que precisaria dos seus pais ao seu lado para sobreviver (ou ele morreria de fome, frio, sendo presa) para ser treinado?
Qual a razão de um pedimerda, pediatra dizer que a criança não pode dormir com os pais, porque (coloca a baboseira que quiser aqui) e que é contra todas as pesquisas científicas e evidências sobre o assunto? (lembrando que medicina é ciência e o médico deveria servir a tal).
E qual a razão de se fazer isso?
Exigir independência precoce?
Faze-los robôs desde cedo?
Fazer a criança se adaptar a rotina dos pais? (acho que essa é uma das piores que já ouvi).
Construir mini adultos?

De todas essas razões eu já pensei em todas elas para mudar e ir treinar uma criança - sabe? igual fazemos com cachorro? robôs e coisas parecidas? sim, eu pensei em faze-las. As vezes a gente acha que 2, 3 anos é muito. Que 18, 20 anos é mais da metade das nossas vidas. Mas sabe? não é. Passa... e passa rápido, mas os momentos não vividos e as consequências serão para sempre. (e acredite, eu sei como é ficar 2 anos sem ter uma noite dormida direito).

 ------------- e ainda me pergunto, como não sentir aquele cheiro de cria dormindo nas nossas camas, como passar a vida sem sentir isso?! e pior, com a fala de não serem "mal acostumadas", mal acostumadas a que? ao amor? ao convívio? ao carinho?----------- -

Mas nunca tomei coragem. Graças a informação, rede de apoio, a ciência e vendo que sim, as crianças atingem a idenpendencia de  TUDO sozinhas, de forma muito mais saudável, segura e que dá alegria de te-las conquistado sozinha ( e isso vi com muitas coisas, o que mais me espantou com a facilidade e com o meu "não fazer nada" - de um dia para o o outro MESMO - foi o desfralde natural, até o dia de hoje).

---- Meu Cheiro ----

Eu sei que tem crianças que simplesmente gostam de dormir sozinhas, que simplesmente dormem a noite inteira. Eu tive uma dessas que NASCEU assim.
Laura dormia 12 horas direto desde o dia que chegou da maternidade. No berço dela. A noite inteira.
Característica dela. Foi assim, corrido até os 9 meses. E depois nunca  mais.
Mas eu nunca deixei ela chorando para isso, NUNCA deixei ela sofrer para lidar com os MEUS horários.
Mas um dia isso acabou, e começou a acordar diversas vezes durante a noite. Passou para minha cama - porque senti que isso fazia com que ela dormisse melhor e eu idem.
Já me descabelei por isso, mas a verdade é que dormir com seu cheirinho sempre foi muito envolvente e embalante. Chegava a jorrar leite dos peitos, com ela dormindo lá, devido a ocitocina que eu fabricava.
Aí ela cresceu, fez 2 anos e mamava muito a noite. Aí me diziam que é porque ela mamava. 2 anos e 4 meses, parou de mamar a noite. Continuou acordando.

O outro detalhe da Laura que eu nunca vi em nenhuma outra criança é que ela nunca levantou da cama quando acordasse. Nem de nenhum local que ela acordasse. Dormiu na cama desde 1 ano, mas nunca saiu dela sozinha ( e não foi por falta de incentivos).

Aí hoje ela fez 2 anos e 9 meses. Sim, hoje e sim provavelmente não será de um dia para o outro - ela dormiu mais de 9 horas na cama dela, acordou feliz, SAIU da cama (e sim, é isso que mais me surpreende) e foi para minha cama me "acordar".

Eu? eu senti falta do cheiro dela a noite, imaginei mil cenários e quase rezei para ela chorar e eu ir pega-la. Mas me mantive forte e com pensamento de: "eu sei que ela vai conseguir, eu sei!"

Não preciso dizer que quase chorei ao ouvir seus passinhos adentrando meu quarto e falando:
  - dormi "totoso" mãe, Tooooda a noite" - toda alegre do seu próprio crescimento.

-------Poema cheiro ----------

Eu passaria a vida inteira te embalando e sentindo seu cheiro na minha cama.
Eu passaria a vida inteira lhe dando todo o amor e carinho que precisa e anseia.
Eu passaria mais mil noites sem te deixar chorar.

Mas eu nunca andaria por você, nunca trilharia seu caminho, nunca acharia a hora certa de suas escolhas.
Porque é seu andar, seu caminho e suas escolhas.
São SUAS conquistas e jamais tiraria elas de você.

Te amo infinito.

Te amamos infinto.




sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Semana dos vovôs.

Essa semana os vovôs nos salvaram.

Domingo, minha sogra pegou a Laura e ficou com ela o dia todo.
Não deixava a Laura com alguém fazia muito tempo e no dia anterior resolvi desencanar com isso. Era obvio que eu precisava de um descanso e um dia sem Laura iria deixa-la mais feliz e eu mais descansada. Peno que não tenha feito isso antes. Peno que ainda não tenho (emocionalmente) fazer isso muito mais. Queria ser bem mais desencanada, mas com bebê dois batendo na porta fica bem mais difícil.

Terça meus pais vieram para cá. Foi uma dádiva. Minha casa ta limpa, minhas escadas estão brilhando, meu quintal esta arrumadinho. Minha filha esta sendo cuidada.
Estou com as pernas para cima, tomando cocô gelado no copo. Literalmente - ou quase.
Ainda estou com trabalhos para entregar, textos a pensar. Mas descansando bem mais. Essa semana fiz várias consultas, exames e consegui caminhar com o resto da minha vida sem me preocupar muito com o que tenho que fazer em casa, com atenção que tenho que dar com a filha, e consegui ler dois livros (gente! que milagre!).

É a vida parece que esta fácil - mas a barriga pesa bem mais do que da Laura (bebê mais pesado, barriga bem mais baixa) e a gripe veio me visitar essa semana (pelo menos ela escolheu a semana certa para vir).

Logo mais eles estão indo, Laura tira férias e não sei o que será de mim.
Ou a gente vai se divertir muito juntas ou vai ser um desastre. Rezaremos para a primeira opção.
Nessas férias também estou projetando vir escrever mais no blog e no do LávemLala.

Projetos, planos. Bora ver o que dá.

Os últimos dias dessa antiga era esta chegando. 3 estão virando 4.

Bora ver. Bora ver.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Objeto de transição

Todo mundo já viu aquela criança que tem "naninha", um cobertor ou algum objeto que não larga de jeito nenhum né?

Laura nunca teve isso ou melhor - nunca tinha tido - faz uns 5 dias que ela me ajudava a arrumar as roupas do neném (e com esse assunto ela nunca teve problema) e viu eu guardando as meias ("pequenas para lalá"), as roupinhas ("são muito pequenas para Lalá"), ganhou um sapatinho de cachorrinho (esse é da Lalá) e viu uma luva adentrando a gaveta do neném, quando ela pediu "emprestado" a tal luva. E ficou certinho na mão dela.

Sem problemas usar aquela tarde, sem problemas usar a noite... mas espera! Ela estava usando para dormir, para ir para escola e só tirando para ir tomar banho! e quase 1 semana se passa e ela não tira a luva, nem com conversa, nem sem conversa e não faz nada sem aquela luva.

De todos os objetos que podem ser de transição ela escolheu justo uma luva. vocês entenderam certo... UMA luva. Pode estar calor, frio, chuva ou sol, ela usa a luva.

Para sair as vezes tem conversa - as vezes - as vezes não.

E assim a gente vai lidando com o fato de que a mocinha se agarrou a um objeto para virar uma mocinha e lidar com o dia a dia e as mudanças que logo logo estarão para ocorrer.


Respeitamos.  E vamos levando, até onde vai dar.




segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Semana de encontros, música, festa e cansaço.

Nosso fim de semana começou cedo, já na quarta feira passou a noite com o papai, enquanto a mãe comia com as amigas em um restaurante na Paulista:



Na quinta, bem feriado, fomos no espaço Com Vida, para mamãe papear e a Lalá brincar:



Sexta, teve aula cedo, logo depois fomos para uma casa de bolo que achamos aqui pertinho - uma delícia - e a noite foi para o espaço Com Vida com a mamãe assistir uma palestra de Parto domiciliar e pintar a barriga da mamãe, enquanto era a vez do papai sair com os amigos:

Casa de bolo:

Espaço Com Vida


Sábado foi ajudar a bisa a se mudar junto com o papai e a noite foi para o forró! (isso mesmo, forró).



No domingo iríamos ver Tiqueque e Jazz no ibirapuera, mas ela não aguentou e dormiu a tarde inteirainha, foi um domingo de muito descanso e de um grande "não fazer nada" que recuperou as energias da família inteira!




segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O pai que queremos ser...

Tem coisas que o mundo vê, a gente vê, mas não se explica.

Eu tive a sorte - e tenho - de ter um pai maravilhoso; que brincava, que saía muito de casa e que trago recordações de muito jogo de bola na rua, de balanço, de sair no meio da semana para um passeio no shopping, que  me levava em cabeleireiro e que nos divertíamos juntos. Lembro de ouvir discussões importantes sobre o meu futuro: que escola eu ia estudar, o que eu ia fazer perante tal assunto e o dia que saí de casa, a importância da união entre nós irmãos ( que quase década depois, não foi tão ouvida assim).

Mas era bem separado a tarefa de cada um dos pais: a mãe cozinha, o pai brinca. O pai leva para tomar vacina, a mãe cuida da nossa educação. Mas não era tão patriarcal. Meus pais tinham diálogos na medida da época, filhos e filha não tinham educação diferenciada. Eu nunca fui criada para arrumar a casa por exemplo e tinhamos decisões totalmente autônomas (nós podíamos decidir, na medida do possível,).

Hoje me vejo no papel de uma mãe que tem o mesmo papel do pai e vice versa.

Não sou eu que arrumo a casa, não sou eu que levo a Laura para brincar, não sou eu que bajulo a barriga do bb2, não sou eu que faço comida, não sou eu que levo no parque, nos show, não sou eu. Somos nós.

Nós dois temos o mesmo papel.

Nós arrumamos a casa, nós levamos a Laura para brincar, nós brincamos :P, nós bajulamos barriga, nós fazemos comida, nós, nós, nós.

Nem sempre os dois juntos, nem sempre os dois separados, mas sempre nós com o mesmo papel.

Por causa dos fatores limitante tempo câmera e interesse pessoal, temos mais fotos minhas brincando com a Laura de dia da semana no blog LávemLala porém só mostrando a Laura e mais fotos do pai e da Laura brincando no fim de semana.

Somos ambos crianças, bagunceiros, da arte e da preguiça. Passo mais roupas e ele faz mais comida (interesse pessoal), tiro mais e posto mais fotos e ele é do "viver para nós".

O pai tinha o papel mais divertido antigamente e esse é o pai que queremos ser. Ninguém tem vontade de ser a mãe cozinhadora, arrumadora. Queremos ambos ser protagonistas na vida dos nossos filhos queremos ambos ser os pais. Queremos ser ambos pai e mãe, aí também sem distinção de gênero e identidade.

Porque mexemos com tinta,
 Brincamos no chão,
 Fazemos pose família,
 Brincamos com os brinquedos,
 pintamos nossos rostos,

ajudamos na jardinagem,

Participamos dos momentos não tão bons,


E dos momentos melhores do mundo,


Para ambos não perderem nenhum momento dos nossos filhos; nem os melhores, nem os "não tão bons" assim.

Esse é o pãem que queremos ser.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

O homem dos balões

Ontem - um dia péssimo até então - busquei a Laura na escola e estávamos voltando cantando super de boa, quando um homem - vendendor de balões - enfiou uma peppa no colo da Laura, falando:

- Leva mamãe, depois você paga!

A gente passa por aquele lugar todos os dias e ela nunca se interessou em levar um deles, nunca. Mas, obviamente a criança agarrou o balão e não quis mais soltar, na hora virou e já começou a falar "é meu, é meu" histericamente. Eu super constrangida com a situação que me pegou desprevenida, tentei ser super educada:

- Obrigada moço, mas estamos indo passear, não tenho dinheiro e nem quero comprar isso, além de passarmos por aqui todos os dias e se eu comprar uma vez, nunca mais vou conseguir passar por aqui sossegadamente.
Tentei conversar com a Laura a respeito, mas ela só gritava "é meu, é meu" e agarrava a tal da peppa pig, enquanto o cara resolveu dizer a uma grávida emocional:
- Ela vai ficar doente, leva e amanhã você me paga. Não seja LOUCA.
Insisto mais algumas vezes, tiro a peppa da Laura a força, devolvo ao moço que não quer pegar... solto no chão mesmo, enquanto tento controlar o meu choro compulsivo e o dela ao mesmo tempo.
Carrego ela no colo se debatendo e chorando muito, enquanto eu já não consigo me controlar e choro junto. Enquanto debatemos em retirada , o homem fica gritando sem parar:
- Mulher louca! Sua Louca! Descontrolada! Vai deixar sua filha DOENTE!
Atravesso a rua, ainda ao alcance dos olhares de todas as pessoas ainda em dúvida sobre minha atitude - e do homem dos balões, claro.
Sento ela no chão, olho para ela ainda em lágrimas e peço para ela me ouvir, ela magicamente para de chorar, tira o óculo (embaçado) e olha para mim e pergunta:
- você esta chorando mamãe? esta triste?
Choro mais ainda, agora de emoção e explico:
- desculpe filha, mamãe não pode comprar esse balão e nem acho que você queria ele. O mal do mundo esta em consumir aquilo que não precisa (sim, não sei da aonde eu tirei isso :S), se você quiser um balão desse outro dia, em uma outra ocasião eu compro para você, mas hoje teremos um dia super legal que esse balão não será nada necessário, você quer continuar cantando a música que estavamos cantando antes?
Na hora, como se nada tivesse acontecido, ela me deu um abraço, a mão e continuou:
- O sapo num pé, num lava, num qué....
Eu continuei chorando mais uns 2, 3 quarteirões e não olhei mais para trás, mas não ouvi mais nenhum xingamento.
Não sei se eu que ensino a ela, ou ela que ensina a mim.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Reflexão sobre diferenças, amor e sonhos, em bolinhas.

Como disse algumas vezes, essa gravidez é totalmente nova e diferente da anterior.
Enquanto na primeira o meu amor a criança era suficiente e maior do que o mundo - e eu tinha que brigar com o mundo.
Nessa segunda o mundo erradia amor para que eu absorva e seja suficiente para a criança - e muitas vezes eu tenho que brigar comigo mesma. 

Os últimos 3 anos sonhei em parir em casa, como um sonho irreal, louco e incompreensível. Em meus delírios me via escondendo até dos meus pais essa vontade e parindo escondida em casa como um crime. 
Me veio a gravidez - de surpresa - e me baqueou com a possibilidade real de parir em casa, mas não como uma louca e criminosa, mas com amor. 

Eu sei o quanto meu ativismo ao parto natural sem intervenções veio se modificando com o tempo, a princípio tímido como uma criança, logo depois agressivo, cheio de mil razões e convencimentos como um adolescente e jovem adulto e agora apenas me dei conta, que o meu ativismo ao parto natural, é exatamente isso, meu. 

A tal frase falada a mil cantos sobre o ativismo  "essa porta só se abre do lado de dentro" é real, mas ao amor não, o amor vem de fora, é multiplicado quando dividido e pode vim de todos os cantos - e realmente vem. 

E o que falo de amor, não é o amor de duas pessoas, é o amor um com os outros, que tem tantos outros nomes: empatia, amizades, reconhecimento, laços e até respeito. 

Essa é uma reflexão muito profunda para mim ultimamente, até porque para mim "amar" é um sentimento que mais recebo (muito mais) do que dou. Ainda me vejo "não gostando" de alguém, desejando mal a outras pessoas - e que difícil admitir isso! -  e na verdade o texto que faço agora veio minutos após eu ter tentado afastar um pensamento de "putz, como não gosto desse cara" e pensei, "vai lá, escreva sobre o amor, ele vai te ajudar muito mais do que esse pensamento negativo". Até porque reparei que o "não amar" também é bem multiplicado quando dividido e que temos que ter força - muita -  para não fazer esse espalhamento. 

E aí entra também as diferenças, porque somos diferentes, um para cada qual. Um gosto de tal partido, o outro gosta de aparecer, o outro de falar, o outro de ficar na dele, o outro ainda de fazer fofoca. E temos diferentes sonhos e objetivos: um de fazer doutorado, o outro de estrear uma grande peça, o outro de entrar em medicina e o outro ainda de ser milionário. Uns sonhos são esquisitos, como o  de ter a maior unha do mundo, outros mais normais: de se formar na faculdade, outros que nem todo mundo concordam: de fazer plástica e nós, nós? nós sonhamos em parir em casa. 

Não é o último sonho que teremos e nem por isso é um "menor" sonho, muito pelo contrário, no momento ele parece ser o mais importante de todos do mundo inteiro! 

E apesar de meio tímido no início dessa gestação - eu mesmo nem coloquei em "pauta" essa possibilidade, porque achei que seria impossível - meu marido como  expectador de primeira classe de realizações de sonhos já veio falando que "essa" era a hora de realizar aquilo que falávamos e conversávamos esses anos todos. Afinal, não sabemos se teremos outra oportunidade. E depois de muita procura, encontramos alguém que se encaixasse, só faltaria o menos importante ( o menos?! ) o dinheiro. 

Eu sou uma pessoa - era - bem orgulhosa - mas também nunca tive medo de ser sincera, mas caí em ciladas. No meu casamento falaram que era feio fazer lista de presentes, não fiz, me arrependi. Na gravidez falaram que era bom fazer chá de bebê "daquele jeito", eu fiz e me arrependi. A partir daí parei de seguir conselhos, mas sempre ouvi alguém dizer " é feio fazer isso, é feio fazer aquilo" e blablabla... Naquela época estávamos ainda tentando ser sozinhos, a Laura nasceu e de repente pessoas começaram a se aglomerar na gente, pessoas delícias, pessoas que deram todo seu apoio para a gente levantar (e levantamos!) e  logo após minha fase FERA, minha fase de angústias e decepções com o mundo. A partir daí, nunca mais o nós agregou só 3 pessoas, mas agregam muito, mas muito mais gente. Nosso aglomerado só vai crescendo e crescendo, diferente cada bolinha uma da outra e sem uma bolinha se meter na vida da outra, apenas cada bolinha ajudando a outra bolinha a conquistar os seus sonhos e a ser feliz e posso dizer que sempre tem uma bolinha entrando para o time. 

E não, essas bolinhas não lutam pelos mesmos ideais do que eu, não, elas nem sempre concordam com o que eu faço e nem sempre acham que aquilo que chamo de sonho, seja um. As vezes, uma bolinha ou outra acha até loucura, tem até algumas bolinhas que nem sabem do que se tratam, apenas "ouviram" que eu precisava de ajuda para um sonho. Um sonho ponto. 

Ninguém é louco de discutir um sonho (tá, algumas pessoas são, mas ainda não me deparei com elas), e não é alguém que luta a mesma luta que você é que esta ao seu lado, mas aquele que incentiva você a continuar lutando pelo que acredita que esta (e claro, vice versa), e incentiva você a lutar e chegar a realização. Isso é um tipo de amor, isso é amar. E no momento estou vendo muitas bolinhas me levantando para cima e chegando cada vez e cada vez mais perto do meu sonho. Bolinhas lindas, tímidas, falantes, ativistas ou contras, mas todas bolinhas do bem e bolinhas que amam e que sabem amar. 


E que as agregações de bolinhas sempre aumentem, até sermos uma bolona só! <3 Porque o mundo precisa disso mesmo: diferenças, amor, sonhos e aglomerações =)









segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A escolha do parto domiciliar

Essa postagem é uma "obra" coletiva minha e da minha amadíssima Doula Aline Dávilla Bucci, que estará ao meu lado no momento sublime do meu parto domiciliar, cuidando de mim, sendo minha voz e meu suporte. <3

Então vamos lá:

Porque se escolher um parto domiciliar?! A maioria das pessoas que estão em conexão comigo sabem que escolhi o parto domiciliar para ter meu segundo filho, alem das diversas evidencias cientificas que demonstram a seguridade desse evento e de ser uma escolha consciente que iremos falar a seguir, quero falar um pouco sobre o que me levou a essa escolha, do meu ponto de vista pessoal e sobre tudo sentimental:

A primeira coisa que eu prezei foi o aconchego e conforto de estar na nossa própria casa e com as pessoas que conhecemos, amamos e confiamos. Esse pensamento iniciou-se logo após o meu primeiro parto normal e hospitalar da Laura, foram muitas pessoas desconhecidas ao meu redor, nas quais eu não confiava, diversos nãos que eu tive que dar (não para ocitocina, não para estourarem a bolsa, não para episiostomia) e os diversos exames de toques que levei de várias pessoas que nunca nem descobri qual eram os seus nomes, fora o ambiente branco nada acolhedor (fiquei livre, tomei banho de chuveiro, mas definitivamente aquilo não era nada acolhedor). Eu gosto de comparar o parto (o evento fisiológico), como ir no banheiro fazer cocô, você só consegue fazer aquele cocô de forma íntima, prazerosa e com segurança no banheiro da sua casa, sozinha ou com pessoas conhecidas na casa, o parto é a mesma coisa. O meu parto, na ocasião demorou 12 horas, sendo 3 já com dilatação total e eu só pari quando eu e o vini estávamos - finalmente -  sozinhos no quarto.

A segunda coisa 
tem relação com a primeira, evitar a tal violência obstétrica ( que vai desde cesárias desnecessárias a exames de toques excessivos), na MINHA casa, no meu ambiente, quem entra lá é só quem eu confio, quem manda lá, sou eu. Na gravidez passada eu era bem mais brigona e mandona, agora estou um pouco acovardada e é provavel que em um hospital eu não brigasse tanto para ter meus direitos respeitados, em casa, o meu plano de parto esta feito e só fazem no meu corpo e no meu ambiente o que eu deixar previamente combinado. As chances de uma violência quase caí a níveis zero.

E a terceira, 
e na minha constatação a mais importante é a Laura, minha filha estar ao nosso lado quando o irmão(ã) nascer. Afinal considero o evento mais importante em uma família e que requer toda a família reunida, ela foi a segunda pessoa a saber da gravidez, é a pessoa que mais apoia e se empolga com o irmão(a) e não deixaria ela de escanteio nesse momento mágico. Ela estar ao lado, saber que o irmão não veio do mercado, continuar com a mãe 100% do tempo (e não 2, 3 dias separados por um hospital) para mim foi o que selou a decisão de O parto vai ser domiciliar.

Parte II explicativa dos processos do parto domiciliar de autoria da Aline Dávilla Bucci:

Parto Domiciliar ainda existe e ele está acontecendo cada vez mais Brasil e no mundo. Muitas mulheres procuram por esse tipo de parto devido a atual assistência obstétrica brasileira, cercada de violência, mentiras e desrespeito para com a mulher, o bebê e a família como um todo e/ou porque se sentem mais seguras em casa.
Primeiramente, saiba que o Parto Domiciliar é um direito de escolha da mulher, recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e que não existe proibição na lei para tal, ou seja, se a gestante de baixo risco contratar profissionais capacitados para fazer o atendimento e se sentir seguro, ela poderá ter um parto em casa. 

Porque ter um parto domiciliar?!

Aqui vamos falar sobre a parte hormonal e comportamental. Toda a dinâmica do parto pode ser comparado com a relação sexual, pois envolvem os mesmos hormônios e em geral, as mesmas características e comportamentos. 

Em que ambiente você se sente mais segura, confortável e consegue aproveitar mais o momento do sexo? Você gostaria de pessoas desconhecidas no local ou pessoas te olhando na hora H? Sente mais prazer e fica mais relaxada em ambiente claro ou escuro, com um cheiro familiar ou outro? Se estiver com fome, sede ou com uma roupa desconfortável, claro ou escuro, é a mesma coisa? Relacione essas perguntas com o que você idealiza em um parto e tenha a resposta.
No trabalho de parto e parto, são liberados os mesmo hormônios e substâncias que na hora da relação sexual. Veja:
·  Prostaglandina - ajuda a preparar o colo do útero e é encontrada no sêmem;
·  Ocitocina o "hormônio do amor" - responsável pelas contrações uterinas durante todo o trabalho de parto e parto e na relação sexual está intimamente ligada à sensação de prazer, bem estar físico e emocional;
·  Endorfina - anestésico natural, ajuda o corpo a 'aguentar' a maratona do parto sendo liberada as poucos, também é responsável pelo efeito de euforia e prazer no sexo;
·  Adrenalina - é liberada em situações de estresse e risco percebido, uma inimiga do parto e do sexo, pois em quantidade corta o efeito da ocitocina.

É importante saber que, como a Adrenalina corta o efeito da Ocitocina, e a Ocitocina é o hormônio responsável pelo bom desenvolver do trabalho de parto, ou seja, quanto mais agradável, seguro e familiar o ambiente, mais saudável e prazeroso ocorrerá o parto, pois a mulher liberará naturalmente a quantidade de ocitocina necessária. Se o ambiente é hostil, impessoal e mecanizado (como em geral são os hospitais), a mulher poderá se sentir acuada e com medo, liberando adrenalina e consequentemente reduzindo os níveis de ocitocina, resultando em uma parada na progressão da dilatação e no bom andamento do parto, tornando o trabalho de parto mais longo, com mais intervenções e muitas vezes, traumático para a mulher, para o bebê a para a família.

É sábido que quanto menos intervenções e mais natural o parto, menos riscos a mãe o bebê correm.

Numa análise feita pela Dra Melania Amorim, através de vários estudos sobre o parto domiciliar, destaco: "Os partos domiciliares planejados se associam com menor risco de intervenções maternas, incluindo analgesia peridural, monitoração eletrônica fetal, episiotomia, parto operatório, além de menor frequência de lacerações, hemorragia e infecções. Dentro os desfechos neonatais ao nascer a necessidade de ventilação assistida." Acrescento também: a redução da taxa de violência obstétrica para com a gestante e redução de procedimentos desnecessários com o recém-nascido, o aumento do sucesso na amamentação e vínculo materno e aumento da satisfação do parto.

Sendo assim, mulheres bem informadas, acompanhadas por profissionais competentes e experientes (geralmente obstetrizes), optam em ter seus bebês no conforto do seu lar. Lembrando que um bom Parto Domiciliar planejado, sempre haverá um plano B (hospital/maternidade) em caso de necessidade de transferência, pois na dinâmica do parto poderá ter situações que precise de assistência médico/hospital e/ou a gestante solicite ser transferida. 

Leia mais sobre os estudos realizados e a nálise da Dra. Melania Amorim em Estudando Parto domiciliar.


Criação com apego não cria robôs.

Uma das coisas que a gente sempre ouve sobre criação com apego é que dá origem a uma criança "apegada", dependente, anti-social e chorosa, justamente porque a tradução do inglês "attachment parentig" foi mal feita, na verdade ela propõem justamente o contrário, sem regras bem definidas de como criar a criança, ela somente propõem que você respeite o tempo e os sentimentos da criança, dando colo sempre que precisa. Baseando-se em alguns estudos sobre fases e como uma criança interpreta o mundo.
Existem dois erros bem opostos que as pessoas acreditam sobre isso:
1) A criança sempre tem tudo o que quer: O que é mentira, obviamente, mas ninguém que pratica criação com apego vai deixar uma criança chorando no berço com meses de vida "para aprender" a dormir, porque sabemos que ela não tem capacidade para tal ainda e que o que levará ao sono será a exaustão e a formação de alta adrenalina que prejudicará a independência do cérebro futuro, por exemplo, mas repreenderá se bater,  morder, a sair correndo na rua e etc, quando o cérebro já estiver preparado e com mais facilidade do que uma criança que sempre foi vencida pelo medo. (ou seja, criação com apego não é uma "criação", você não aprende como repreender, existem mil modos, mas todos tem que ter a linha do respeito).

2) A criança que recebeu criação com apego é bonzinha:

E é nesse tópico que eu vou me estender mais. Acho que muitas mães esperam que o resultado da criação com apego seja um robôzinho. Desculpe, mas isso é uma falácia gigante. Não tem como você esperar que uma criança de 2 anos e meio (a minha por exemplo), seja independente e robô ao mesmo tempo e pior que não dê trabalho!( Aceite, toda criança dá trabalho...). Ela quer se vestir sozinha, lavar a mão sozinha, ir no banheiro sozinha, passar manteiga com a faca sozinha, quer andar na rua sem dar mãos dadas, quer comer sozinha, sobe em tudo sozinha e isso leva tempo e paciência porque tudo é mais devagar do que se eu fizesse por ela, dá muito mais bagunça e nem sempre ela tem a habilidade desenvolvida para tal afazer, com que faz que ela se fruste e fique muito chateada por não ter conseguido "fazer sozinha".
Calma, o trabalho ainda não acabou... como você trata a criança como um ser humano, ou seja, como um membro da sua família e com respeito, você pergunta para ela o que ela quer, isso não significa que ela vai ser atendida no seu pedido, mas vai ser ouvida, o que pode gerar outra frustração no começo, mas pode ser muito bom para ela entender que o respeito também deve partir dela. Por exemplo: "Mamãe vai dormir, você quer ficar brincando na sala com o papai ou ir com a mamãe?" isso é uma escolha dela, ela pode falar "não quero que a mamãe durma", mas eu irei dormir de qualquer forma, e sim gera um estres inicial que bastando uma conversa de "A mamãe esta carregando um neném, esta cansada, precisa ir... o papai brinca com você de X, Y, Z" ela se acalma, outros momentos não tem como perguntar, "vamos embora da casa do vovô, já esta tarde" e ela não aceitar, vai rolar aquele momento de choro e levamos ela assim mesmo - o que passa 2 minutos fora do local ela já se acalma e a gente explica.
Também acabamos criando uma criança de opinião e depois de passada a fase do "não", muita da opinião que ela sabe dar é justamente o "não", rs, ou seja não é nada fácil  e nada robô, mas ensina desde muito cedo que a opinião dela vale sim, ensina a não abaixar a orelha em situações conflitantes - porque o mundo precisa de pessoas que tenham opinião e briguem por ela - e também a aceitar as consequências e causas de suas ações. O que leva com o tempo ela ter mais cautela no que for falar ou fazer, por exemplo, se ela se recusar a comer macarrão (o que não acontece, mas como exemplo) e não tiver outra opção, ela não come e a consequência é passar fome, o que fará com que ela pense duas vezes antes de repetir o não na próxima refeição.
Isso não significa que não existem regras, mas elas são mais "coerentes" e não são feitas na hora e são poucas. Aqui em casa existe muito o termo "acabar acabou" que é uma regra - sim regra - de que algo esta acabando e quando acabar devemos aceitar - com alguma explicação -  televisão, ultima brincadeira antes de dormir, celular e outras coisas que devem se limitar para a continuação da rotina - então ela esta brincando com alinhavo e vai dar 9 da noite (hora de dormir, rotina é uma questão central em casa), então eu falo: "Laura esta acabando", ela normalmente responde "tá bom" e continua a brincar, dando 5/10 minutos de brincadeira eu falo: "acabou Laura, hora de guardar e ir dormir", ela já para na hora, guarda o brinquedo, desliga a luz, faz xixi e vem dormir. Sim, virou rotina e ela entendeu, se ela não guardar eu explico que aquele brinquedo ela não vai poder mais brincar nos próximos dias (ou o celular ou assistir a tv) eu cumpro minha palavra sempre explicando o porque dela não brincar com aquele brinquedo  e ela raramente reivindica quando isso acontece e raramente ela não obedece essa regra. Lembrando que tudo que estou falando faz parte do nosso modelo pessoal de criação e que a criação com apego faz é justamente dá uma diretriz para o respeito mútuo (com respeito a fases, muita explicação, e muito aconchego - sim, nada de recusar um colo ou um amor).

Em contra-posição temos uma criança super carinhosa, que ajuda muito - MUITO em várias situações e que é super compreensiva (volta a pé da escola, recolhe os brinquedos depois de brincar - na maioria das vezes - entende se não estou bem e faz carinho, vai para o banho quando é chamada, come na hora certa e se não tiver influencias de tecnologia (nem com fome e nem sono) , esta sempre de bom humor, é criativa, independente, brincalhona e muito sociável.

Me pego algumas vezes por semana falando e suspirando alto: "Que sorte que eu tenho de te-la ao meu lado."

Isso não significa que é fácil, mas significa que muitas e muitas vezes ela me surpreende de uma maneira bem gostosa.
















quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Existe preconceito com as grávidas?


Acredito que todas as grávidas e mulheres que passaram pela gravidez sabem a resposta dessa pergunta, desde comentários de pessoas que acham que vão ajudar dando conselhos até pessoas que passam olhando feio, fazendo comentários negativos/maldosos e até agressões físicas (logo mais conto essa história), então, sim, existe e aqui vou contar um pouco sobre minha vivência a respeito.

Na gravidez da Laura, a primeira, eu tinha 23 anos e os comentários eram muitos e de pessoas muito próximas, desde "você não sabe o que é ser mãe" (obviamente), até "você será uma péssima mãe", passando por tentar me mostrar que eu estava criando ilusões, ficando feliz a toa e o que mais ouvi foi "você não vai conseguir..." não vou conseguir usar fralda de pano, nem amamentar, nem ter um parto normal, nem conseguir cuidar de um bebê sozinha e por aí adiante...
Foram comentários que fizeram eu persistir no que eu acreditava - é verdade -  e conseguir tudo o que me propus a fazer, mas, que me deixavam muito chateada por só eu (e marido) acreditarem que eu era capaz.
Já os comentários e ações de desconhecidos eu deixava em segundo plano, nem pensava neles direito, um exemplo disso foi eu andando no shopping com meu pai e as pessoas terem achado que eramos "casados", deixamos de ser atendidos, recebemos olhares de reprovações e por aí a fora.

Nessa gravidez isso tudo mudou, agora recebo muito apoio e os comentários negativos das pessoas próximas "non-existe", em compensação estou mais insegura e aprestando mais atenção nos comentários de pessoas desconhecidas, mas mais como um estudo do comportamento bizarro humano. Ouço perguntas frequentes de "de novo?" até me agredirem fisicamente (com uma cotovelada na barriga) por eu ter pegado o trem em horário de Rush, passando por idosas que gritam para eu aprender a "não abrir mais as pernas", até professor dizendo o quanto é burrice engravidar na faculdade e me entusiasmando a desistir dos estudos (mesmo eu tirando 9.1 na prova dele), passando por outra que tentou me agradar dizendo que "não sabia da minha capacidade" quando fiz uma apresentação, referindo-se a minha barriga - de novo.

São situações
diversas em dois tempos diferentes que é difícil acreditar que alguém passou por isso - a gravidez - impune de alguma forma de preconceito. 

Pensando-se nisso e por ser um momento único na vida de uma mulher (e de uma família), que devemos apoiar, aprestar atenção no que dizemos e como agimos com o próximo, tetando fazer mais o papel de ouvidor do que de comentarista, de ajudante de vez julgador do caso e principalmente cultivar o respeito ao próximo, sempre. 

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Memória

Estamos na fase de "descobrindo" a memória e os dias da semana - 2 anos e 7 meses:

Todo dia ela acorda e pergunta: "Hoje tem escola mamãe?" e no dia anterior ela faz a pergunta futura: "amanhã tem escola mamãe?"

Também esta a contar sobre como foi a escola, se gostou, se não gostou e imita falas de forma sensacional e com entonação:

"  Aí a Sônia: "senta lá Lucas, para de chorar" falando mais alto como se imitasse mesmo e também diz coisas básicas como:, "comi arroz e feijão e pão", nanei pouquinho" e na viva piá chamam "Lála, Lála" (eles acentuam o primeiro a de vez o segundo, como fazemos aqui e ela percebeu essa diferença).

Quando é Sábado ela acorda com a macaca e pergunta:

"Hoje tem aniversário da sofia?" - Foi o que ela foi a 3 semanas atrás. e depois ela pergunta:

"Hoje tem tios benzinhos?" - Ela foi a 2 semanas atrás

"Hoje tem vovô?" - ela foi a 1 semana atrás.

E por último:'

"Hoje tem pizzaria?" - Que no caso ela tinha acertado, rs

Também relata memórias "trágicas" que faz tempo, dia 12 ela caiu da escada e ela conta com perfeição:

 "Fiz dodói porque caí da escada, quando o plínio fugiu (ou correu, essa parte muda)"

E se não faz tanto tempo assim:

"Lalá não pode fazer xixi na cama, xixi é no vaso" - quando me vê limpando a cama que ela fez xixi durante a noite (depois de eu ter perguntado 100x se ela queria fazer xixi).

Também esta preocupada com sentimentos do pai e da mãe:

"esta triste mamãe?"  quando perco a paciência com algo (que esta sendo recorrente infelizmente)

"papai esta bravo" - quando ele não dá atenção para ela, já é motivo dela achar que ele esta bravo, rs

E o tal do "gusto disso, não gusto daquilo"

Também anda cobrando promessas: "cadê o parabéns da mamãe?" Quando falei que íamos cantar parabéns na pizzaria e não cantamos (falei no dia anterior!) , ela ficou chateadona.

"agora brincar tomar banho?"  - quando falo que vamos tomar banho depois de comer ou fazer algo... (sempre falo a rotina do dia quando ela acorda nos sábados e domingos e quando pego ela na escola de segunda a sexta, assim ela sabe o que esperar e evita conflitos).



Eu sempre digo que ela esta na melhor fase que já peguei (tirando os 8 meses e o tal terrible two) e mais uma vez essa fase esta ótima. Ela esta super carinhosa (mas não gusta que eu coma e nem que eu nane =( ), fala do(a) Lolô sempre (bb2), beija, abraça, amassa. Aceita guardar os brinquedos e ajudar a mamãe na maioria das vezes, mas esta BEM agitada (corre, brinca, pula, energia que eu nunca vi!).

Ontem ela foi fazer xixi pela primeira vez sozinha, abaixou as calças, subiu na privada, desceu, subiu as calças e foi me contar que tinha feito xixi... fui na privada e tava ali um lindo xixizão - não apertou a descarga, rs.

Também entende bem quando é um dia de "preguiça" e um dia de brincadeiras, aceita bem as restrições que estou me impondo (não da para ir no colo é a mais complexa) e anda bem sociável (entra nas lojas para bater papo e pedir bala  e pior... ela ganha kkkk)


E um dos nossos momentos mágicos de barrigão X papai X Lalá! 






quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Sometimes is just Love



Porque amamentar grávida pode, porque amamentar grávida é recomendável, porque amamentar grávida é alimentar dois seres que amamos mais que tudo nessa vida.

Aqui a amamentação vai rareando - e fiquei com medo de não tirar uma foto desse momento, antes que acabe - e aqui esta o resultado, muito amor!

<3

Porque tenho um orgulho danado dessa conquista!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Agora ela usa óculos.

Ontem peguei o óculos na ótica e logo que encontrei a pequena, já coloquei para ela usar.



Não foi tão fácil como o tampão, mas com alguma insistência ela acaba usando.

Na verdade, minha primeira percepção do óculos não é algo "legal", ao colocar nela já imaginei diversos apelidos desagradáveis que ela pode acabar ouvindo na vida e fiquei com aquele receio de mãe, ainda mais por ela ser a única da escolinha a usar o óculos.

Mas balancei a cabeça e elogiei o fato dela estar usando, expliquei o porque dela usar e vamos seguindo.

Também não estou encontrando melhoras no uso do tampão, ao contrário, acho que piorou (ou será impressão?!), mas com menos de 1 semana não é bom avaliar resultados.

O óculos é azul (cor preferida dela), feita de silicone (pode cair, dobrar, amassar) e esse treco feio na frente é só por uns dias, até o óculos se formatar ao rosto.

Ontem tivemos um dia pesado - entrevista para Uol + discurso em prefeitura - então pode ser que ela não tenha percebido ainda as mudanças de visão com o óculos, vamos ver hoje.

=)








segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Primeiros dias de tampão

Sabe aquele medo que bate? como vou fazer isso? como vou explicar?

E quando você vê o problema não é tão problema assim e "tiramos" de letra? Que as incontáveis preocupações foram simplesmente "a toa"?

Um dia anterior de usar o tampão, fomos até a farmácia comprar o dito cujo - e na hora que ela olhou a embalagem ela já falou: "olha, para colocar no ôôlhooo" apontando para o olho. Falei que era sim, que começaríamos amanhã e que ela ficaria uma piratinha de tampão no olho. Ela queria colocar naquele momento mesmo - mas decidi esperar.

No dia seguinte, logo após o café da manhã na rua, iniciamos o tampão, expliquei para ela o porque dela usar e que ela teria que usar 1 hora todos os dias, que eu sei que ela seria forte e corajosa. Ela colocou - eu também - e o vini também. E conseguimos sem reclamações passar 30 minutos com o primeiro tampão e mais a noite quase 1 hora. (1 hora e meia no total!)


No dia seguinte ela acordou e jogou "pula pirata", ela mesmo quis colocar o tampão e passou 20 minutos com ele. Antes de sair - devido as distrações e tal - colocamos mais uma vez - e aí perdemos as contas - mas passou BEM mais de 1 hora com o tampão, correndo no shopping (fomos pagar uma conta), com sorrisão no rosto, mostrando que não estava nem um pouco preocupada com aquela oclusão.



As vezes o medo é apenas isso - Medo - e um serzinho desse tamanho pode simplesmente dar um banho de maturidade quase surreal a qualquer um que queira assistir. Os obstáculos são só gigantes para quem olha - e teme - mas são pequeninhos quem enfrenta como se fosse uma brincadeira. 

Que essa criança me causa espanto - e orgulho! - me causa... Muito a aprender com ela.

Ainda iremos um passo de cada vez, mas que os primeiros passos foram fáceis o suficientes para só gostarmos de ir até o final.

E a noite, sentados em uma mesa, depois da criança ter ido dormir, os pais "bufam":

  - Ela já esta muito mocinha...


E esta mesmo...


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Enfim, diagnóstico! =)

Para quem acompanhou a saga do Oftalmo comigo, muito obrigada e por obrigação passo enfim - ENFIM! - o diagnóstico.

Desde que Laura nasceu eu percebi que ela tinha um estrabismo "de vez em quando", nunca fiquei sossegada com isso... mas achei que era porque era minha filha e mãe é meio paranoica. Desde então de pediatras, médicos (de todos os tipos, inclusive oftalmos!) , pessoas, mães em geral falavam que "passava", "não era nada", "minha filha também teve" e eu fui levando, levando e levando...até que mais recentemente meu pai começou a ficar preocupado, depois um primo, depois isso foi assunto em reunião familiar, depois meu sogro começou a falar a respeito, de repente a escola me advertiu, até que enfim uma pessoa que se tornou super especial na minha vida ter divulgado a história do filho dela - como estou fazendo agora - e do diagnóstico mega demorado que ela teve (passando por inúmeros médicos e exames!) e me deu de cara - com a maior boa vontade - o caminho final das pedras, passando os médicos Bons que ela conseguiu o diagnóstico.
Ainda sim relutei, enrolei mais um pouco - afinal já tinham me falado que "passava" - e ela um dia me pega no bate papo e pergunta a situação - e magina, eu não tinha feito nada! - não deu outro, falando com ela mesmo, marquei tudo.

E foram essas duas semanas a procura pelo "tal" problema, as rezas, a preocupação frequente e enfim - enfim! - o diagnóstico quase final. Que jamais teria seguido em frente tão fácil e firme - com direito a chororó, logo que sou uma manteiga derretida atualmente - sem o apoio dos 4 avós de Laura, principalmente de minha mãe (que veio e ficou comigo essas duas semanas servindo de suporte em casa, rua e médico),

Enfim, Laura tem 3 (três) coisas no olho, sendo que a cura - e o tratamento - só seria eficiente mesmo com a procura rápida do oftalmo. Ela tem paraplegia no músculo ocular (uma lesão), uma paralisia e uma hipermetropia alta para idade.
Serão utilizados a princípio o tampão (  ), o óculos e em alguns meses saberemos se será necessário também uma cirurgia.
Apesar do diagnóstico assustador e eu ainda estar meio "down" com a informação, temos um diagnóstico e uma felicidade por ter procurado por ele e ter recebido de cara e sem muita procura.

Aqui vai uma foto da Laura antiga (com 6M) e uma recente (essa semana com meu pai) quando ela esta com o olho estrábico - que eu normalmente não divulgo, mas que ocorre SOMENTE de vez em quando e o quanto mesmo assim isso é preocupador e deve ser tratado.


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Cama descompartilhada

Acabo de escrever uma postagem sobre o desmame e nada mais do que nada menos, outra independência tem tomado conta da casa e eu mal percebi que estava prestes a acontecer.

Antes, volto há 3/4 meses atrás, quando eu tinha um bebê que acordava mais de 5x por noite, durante praticamente toda a sua vida e passava mais da metade da noite na nossa cama. Dia a dia, sem descanso, essa foi a rotina de uma família que tinha - na medida do possível - a maior paciência de que o tempo iria passar e que sozinha ela iria ir para a cama, apesar dos relatos de 4/ 5 anos para isso acontecer, sabemos que são poucos anos perante toda a nossa existência e que passariam rápido. 

Tão pouco a cama compartilhada atrapalhou quesitos básicos como sexo, sono ou relacionamento. Aliás, muitas das vezes foi um facilitador para a criatividade, para levantar menos vezes e para estreitar relacionamentos. Se acostumar com a cama compartilhada nem sempre é fácil, mas é algo que vai sendo constrúido dia-a-dia e que traz novos ângulos para a importância demasiada que damos a alguns quesitos da vida não tão importantes assim - e que na falta nos faz sentir saudades do cheirinho do bebê e do aconchego com a cria na madrugada.

Mas o tempo passa - e antes que podemos concluir a cria dorme facilmente na própria cama e só acorda de manhã e orgulhosa por sua conquista pessoal. Ela sabe que se chamar - em qualquer situação - os pais estarão lá em segundos. Ela tem segurança de arriscar uma independência - ao contrário da mãe que ainda levanta algumas vezes para verificar se a filha respira (ainda?! ainda!).

Orgulho - mais uma vez - é pouco pelo que sinto. Estou feliz que as coisas andam caminhando muito antes do que eu esperava.

Ela não só esta se transformando em uma criança (linda e independente), mas em uma irmã mais velha, se construindo e se preparando (sozinha!) para a chegada do irmão(ã).

Meu único dedo nessa história toda foi esperar o seu próprio tempo. Se a vinda do irmão(ã) foi um incentivo para ela, eu não saberia dizer (e tão pouco alguém saberia), mas que as atitudes todas partiram dela, isso com certeza.

E a mesma história que esta acontecendo com o desmame - voltar atrás é sim uma possibilidade (quando ela quiser, tiver doente ou com a vinda do irmão(a)), aqui não se nega colo, carinho e atenção. Segurança e independência (ao meu ver) não se forçam e tão pouco se ensina, se conquista.




segunda-feira, 25 de agosto de 2014

E começou-se a nova era - do desmame.

Fazia um tempo que queria escrever sobre isso - enfim, não queria adiantar as coisas.
Mas as "coisas" estão caminhando como devem ser.

Eu - EU - que sempre quis ser protagonista da minha história, que EU que fiz o meu PARTO, eu PARI que nunca permiti dizer que tal "médico" fez meu parto, que tal pessoa fez algo por mim - eu deixo de lado o meu eu, deixo de lado para permitir o ser que meu Eu desenvolveu ser protagonista também da própria história.

Ela, Laura, que desfraldou sozinha - e que nunca permiti dizer que eu que desfraldei que seria falácia, MENTIRA - que foi sua conquista própria, sozinha, no tempo que quis, agora esta aos poucos fazendo sua outra conquista, porque QUER, porque a história é DELA e porque ela esta se sentindo a vontade de faze-lo, ela esta enfim (ou já) desmamando.

Esta história de desmame natural que sempre só ouvi falar, agora acontece em casa. Meu bezerro,  sozinho não mama mais quando chega da escola, não mama mais antes de dormir, não mama mais no carro ou no ônibus e já passou dias sem mamar (PASMEM, porque eu estou pasmada!), e só pede o tetê quando se sente insegura para dormir (sempre na rua ou na casa de alguém) ou quando tem pesadelo (facilmente trocado por qualquer comida).

Meu neném,  agora já se diz independente, não quer ajuda para tirar a roupa, para se vestir, para comer ou para qualquer outra coisa, tão pouco quer o conforto de um tetê - ah, prefere dormir deitadinha no sofá recebendo um carinho.

Toda ela, toda independente e segura, deixa uma mãe a observar orgulhosa sua história e suas conquistas. Sabemos - eu sei - que deixar o cordão umbilical já é difícil e deixar por sí só o peito é ainda mais, desvincular da mãe é algo audacioso, que requer coragem, ainda mais para se fazer sozinha.

Ah não meus caros, não pense que o gosto do leite mudou ou que não tenho mais leite - não, não pensem isso - o leite continua sendo abundante e uma delícia (vide sua última doença que não largou o tetê e que vomitou LITROS de leite) e sabemos que o desmame natural pode demorar MESES e que pode ser facilmente regredido em uma doença ou até no nascimento do bebê, caminharemos no seu ritmo, caminharemos na sua vontade, assim como viemos fazendo e  retrocederemos se assim ela precisar, um passo para trás também é importante para pegar impulso.

Vide uma menina que não quis saber de tetê na quinta, sexta e nem sábado e que só pegou (nem um minuto) o tetê na casa do avô no domingo e já fazem 24 horas deste fatídico momento.

A mãe aqui vive uma felicidade mista, de perder seu bebê, mas ganhar uma linda criança! =)

E aqui fica, última foto nossa amamentando , que saíu no jornal do Grande ABC (link aqui)


 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Amora, amor.

Hoje catamos as primeiras amoras do pé da árvore, comemos todas que conseguimos! Até as mais azedinhas.

Porque algumas coisas são feitas de amor(a).


Cresceu e eu nem vi.

Terça resolvi "falta-la" na aula e leva-la para assistir um filme no cinema. 

Ela comeu 1 prato sozinha no giraffas, detonou um sorvete, ficou na banca sentadinha "consumindo" revistas e assistiu o filme como uma verdadeira mocinha - dormindo no meio do ,filme.
Assistimos "como treinar o seu dragão 2"


Passando tão rápido filha, espera um pouquinho, para um pouquinho, deixa mamãe te curtir um pouco mais!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Laura Terapêuta:

Não estava me sentindo bem esses dias, entro no chuveiro com a Laura -como faço todos os dias- sento no chão e choro..
Laura olha para mim com naturalidade e fala:
   - Coloca a mão na orelha e grita mamãe! - ao mesmo tempo que coloca os seus dedos dentro do ouvido e grita por poucos segundos, me fazendo um olhar convidativo.

Estou ali mesmo, não tem porque não fazer, fecho os olhos, tampo os ouvidos (com a cabeça no chuveiro e grito)
   - AHHHHHHHHHHHHHHHHH! - mais do que alguns segundos se vão, eu abro os olhos, tiro os dedos  do ouvido e olho aquele ser na minha frente com uma carinha feliz que pergunta:
    - Melhorou mamãe? melhorou?

    - Nossa filha, muito! Obrigada!

E saí daquele banheiro curada de todos os males que me afligiam...

domingo, 10 de agosto de 2014

Todo dia eu tomo banho com a Laura e todos os dias ela solta a mesma frase:
    - você é linda mamãe!

Todo dia é especial, é único e eu me sinto a pessoa mais sortuda deste mundo.

Mesmo sabendo que todos os filhos do mundo acham suas mães bonitas, mesmo sabendo que pode não ser assim para sempre, mesmo com todos os poréns, eu sinto que é a fala mais sincera que eu poderia ganhar, eu sinto cada dia que eu ganhei na loteria.

Obrigada filha, por melhorar minha vida sempre um pouquinho mais.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Incomum, eu mãe.

Não sou incomum, pelo contrário sou a maioria.

   Sou a mãe que se mescla de estudante, que saí na rua com RN, que grita ao mundo o que acha certo, que carrega filho pendurado no peito, que anda devagar com a cria pensando no dia de amanhã, mãe que toma banho para dar banho a filha, que passa a mão na barriga para não ter dor na consciência. Mãe que se veste como quer, como acha que lhe cabe. Que corta o cabelo curto - porque sempre gostou de cabelo curto.

    Sou a mãe que dá sorvete, que carrega de cavalinho, que faz pipoca assistindo filme e que - até - joga videogame. Sou mãe que se irrita, que entra no facebook, que adora escrever, que ama o que faz.

    Sou a mãe que já ouviu absurdos de que não vai ser mãe, com M maiúsculo. Sou a mãe que se orgulha de se sentir a Mãe com M maiúsculo (e se for ego, que seja! minha alegria esta feita).

   Sou mãe que foi reprovada por ser mãe - que deveria estar em casa com a barriga no fogão - sou mãe que abandonou emprego - e empregos - por querer ser mais mãe. Sou mãe que já passei a madrugada desejando não ser mãe - e ainda assim me sinto Mãe - sou mãe que já quis emprego por parar um pouco de ser mãe. Sou mãe, quase como todo mundo é mãe.

   Sou mãe que quer 10 filhos, que queria 1 só e que 5 já estaria bom. Sou mãe que ensina a ler, mãe que não ensina nada, mãe que brinca, mãe que larga. Sou mãe cantora desafinada, mãe que fez chorar para ver o biquinho, sou mãe fotógrafa, mãe babona, mãe com vergonha. Mãe que só quer comer. Sou mãe elogiada, sou mãe criticada. Sou mãe que bota medo, mãe que não quer nada. Mãe que não humilha, mãe que perde a paciência.

    Sou mãe. E aqui me encontrei e daqui não saio. Nunca mais.




quarta-feira, 30 de julho de 2014

Eu amamento e estou grávida.

    É super estranho para mim essa afirmação, digo... é a mesma coisa - para mim - dizer: o céu é azul.

    Não que nossa trajetória aqui fosse super tranquila - até foi - mas eu nem sempre imaginei que fosse chegar tão longe, apenas cheguei.

    Conversando com uma mãe no começo da amamentação (com bebê de 4 meses) lembrei dos diversos pitacos que ouvi no nosso começo, acho que este realmente era o problema, os outros. Nossa ligação estava intacta, perfeita. No começo doeu, mas fomos levando, até ficar ótimo. As vezes vazava demais (eu? com peito pequeno? vazar? SIM!), era aquele fedor de leite azedo no lençol, nas roupas... mas fora isso, a amamentação era quase sublime, contemplação, momento juntas, ligação.

   Depois completamos o tempo de exclusividade (que no nosso caso foi maior), até que fez 1 ano e o peito continuava a vazar, continuava a ser rico e continuava a ser o principal alimento dela - e continuava a ficar gigante nas ausências, até que viajei (ela tinha 15 meses) por 12 dias, foi uma experiência incrível (viagem e amamentação), voltei sem um pingo de leite, com o peito murcho e continuei amamentando e o peito voltou a produzir leite, voltou a encher e a ser o alimento preferido dela.

    Até que chegou aos dois anos - com uma rapidez incrível - e continuava nós ligadas, ela, eu e o tetê. Até que uma sensibilidade no seio me pegou (ainda sem desconfiar) prosseguimos com menos mamadas, com mais conversa, até que me descobri grávida e pesquisei, me informei, me empoderei e me satisfiz! SIM! Eu podia continuar dando a imunidade que minha filha precisa ( e principalmente QUER) e estar grávida e ser uma grávida saudável e ter um filho saudável! (Artigo sobre amamentação e gravidez da vila mamífera)

   Meu leite mudou? Ela percebeu algo de diferente? No início achei que deu uma diminuída, até um dia que ela estava jururu e vomitou a manhã inteira (leite e mais leite e mais leite e mais leite e mais leite...) e se recuperou com meu leite (única coisa que ela aceitava), então foi só impressão. Ela mesmo não deu nenhuma mudada de comportamento em relação a isso, a não ser que eu esteja incomodada e evito que ela mame por alguma razão, fora isso ela também já fala que um tetê é dela e o outro é do neném.

  Ao contrário da minha primeira gestação, mal senti cólicas neste começo e já completo a fase "sem riscos" sem qualquer tipo de problema com a gestação e com o bebê. Não vejo motivos ou evidências científicas para a amamentação parar, pelo contrário, as evidências me encaminham para que eu continue a amamentar (evitando salto de desenvolvimento e crises no bebê que estar por vir), além do desmame natural ser o melhor para a criança (desenvolve independência e segurança na  fase adulta). Além disso é comum o segundo filho vir com o peso um pouco maior e altura normal, sem nenhum tipo de malefício para o feto, o que infelizmente não é informado (e nem é de conhecimento) da maioria dos médicos.

E para terminar, uma foto tirada por uma amiga lindérrima (Aline Bucci), das minhas duas vidas - ainda - ligadas fisicamente em mim, com um carinho sem igual.

 (primeiro trimestre)



sábado, 26 de julho de 2014

Frases

Todo dia Laura pede para o pai trazer algo para comer, hoje foi diferente:

"mãe, pede para o papai trazer o woody"

 - Brincando com o Buzz e sentido falta de algo.

(ahm, ok! só que esse pedido não foi atendido)

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Do nascimento ao desfralde: Minha verdadeira história com as fraldas de pano.

          Antes mesmo da Laura nascer já estava enlouquecida pelas Fraldas de Pano, com uma certeza absoluta de que seria a melhor solução para nós.
           Não demorou para que comentários de "não vai conseguir" fosse proferido por todas as partes, principalmente pelo fato de "dar muito trabalho".

         Ela nasceu e junto com ela nasceu o meu vício das fraldas de pano - cheguei a ter 60 no total - e o trabalho que eu tinha com elas, era pouco ou muito pouco. Realmente uma das poucas coisas que me deram pouco trabalho no pós parto foi as fraldas de pano (bastava jogar na máquina, retirar, secar e colocar de volta no bumbum), inclusive no primeiro momento até os 6 meses.

         Como eu era bem "pró" fralda de pano, eu realmente não utilizava fraldas descartáveis. Eu gostava das fraldas de pano e queria conquistar o mundo com elas. O olhar de "vamos ver até quando aguenta" passou a ser força - que realmente não precisava no primeiro momento - para continuar seguindo com as fraldas de pano. Até que ela fez 6 meses...

        E as fraldas chinesas começaram a feder horrorosamente (chegaram no seu período útil), enquanto as outras ainda seguiam firme e forte. Eram as fraldas chinesas que aguentavam a noite - e eu sem mais fraldas noturnas - passei a usar fraldas descartáveis somente a noite. No momento pensei em investir em fraldas nacionais noturnas, mas... a grana não rolou (são mais caras).

       Após o primeiro ano, (por volta dos 18 meses) comecei a ficar incomodada com alguns comentários do tipo "bumbum grande" e o volume da fralda de pano na bolsa também passou a me incomodar, então comecei a usar fralda descartável também para sair. Mas nem sempre, dependia do lugar, do momento, de quanto tempo eu ia ficar...

      Aos dois anos por algumas vezes usei fralda exclusivamente de pano a não ser para sair - inclusive a noite, na qual ela já não estava fazendo tanto xixi a noite. Inclusive depois que o cocô ficou duro eu nem olhava mais para jogar na máquina (bastava jogar o cocô na privada e tchau).

      Na escola eu só mandava fralda de pano - o que me deu uma grande economia - na escola nova eles não colocavam sempre a minha fralda e as vezes colocavam uma descartável de não sei quem, acabei desistindo de insistir, porém também mal comprei fraldas descartável para eles colocarem (Se quisessem usar alguma fralda usava a que eu mandava, não?). Em alguns lugares também fazia a troca da de pano pela descartável em última hora (porque achava que ia rolar comentário, ou que alguém mais poderia acabar trocando a fralda ou que ia rolar de dormir definitivamente logo depois).
      Minha última fralda de pano que comprei foi  para natação que foi usada poucas vezes e foi bem útil - mas ficou pequena muito rápido.

     No fim minha filha nasceu com a efral como minha preferida e terminou sendo a chikita bakana, passando por outras diversas marcas (na foto efral nos primeiros dias e nos ultimos dias com fio da terra).
 


E a Laura?

     Laura matou minha curiosidade quando começou a falar que PREFERIA usar as fraldas de pano do que as fraldas descartáveis - mostrando realmente que são bem mais confortáveis. Inclusive para dormir, só odiava que eu apertasse (ambas as fraldas).

E o bebê dois, vai voltar a usar Fraldas de pano?
      Como posso dizer, com certeza absoluta sem que reste qualquer dúvida? Acredito que não serei mais tão militante na causa "fralda de pano" e que não hesitarei em usar fralda descartável se eu achar necessário.     Mas terei fraldas de pano noturna para que eu recorra muito menos as fraldas descartáveis em idades maiores de 6 meses e muito menos terei medo de pedir - a quem quiser presentear - fraldas de pano em preferência as descartáveis. Mas nos meus próximos mil filhos, com toda certeza, fralda de pano neles.

=)