quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Cale a Boca. A minha.

Eu não estou legal nos últimos dias.
Minha cabeça dói quase que o tempo todo, minhas costas idem e não bastando levei um tombo hoje com a Laura na colo - estamos bem.

Mas o pior de tudo é que ontem, mandei minha filha calar a boca.




Sim, eu usei essa expressão: "cale a boca".
E confesso que hoje de manhã utilizei a mesma expressão novamente: "cale a boca"

Não me doeu na hora, pouco me doeu hoje de manhã. Mas agora sem a presença dela ao meu lado, Dói.
Dói mais que minha cabeça e minhas costas juntas. Dói todo o coração. Como pude?!
Eu não deixaria nenhuma pessoa no mundo falar assim com ela! Então porque eu falei?!

Minha versão:

Ontem eu trabalhei a manhã inteira, cheguei quase na hora da natação - e estava um frio - fiz toda a natação com o corpo doendo e saindo da água quente - no final - ela deu um escândalo. Aqueles escândalos de parar toda a academia para olhar. Aquele que eu sempre temi. Aquele que eu enfrentei sozinha e morta de frio e cheia de dor. Dei um banho nela, enquanto eu estava tremendo igual vara pau... e ela berrava. Troquei a roupa dela, enquanto eu ainda estava encharcada e ela chorava. Coloquei uma roupa em cima do meu maio molhado, enquanto ela ainda berrava. Saí na rua encharcada, em plenos 11 graus, com ela exausta capotando e silenciando-se finalmente no carrinho.
Empurrei ela por alguns quarteirões, tremendo, com dor em todas as juntas e tentando abrir os olhos para enxergar o que estava na minha frente, de tanta dor de cabeça.
Cheguei em casa e subi plenos 3 andares com ela dormindo em meus braços, coloquei ela na cama dela e fui tomar banho. Quando não mais que de repente sou retirada do banho quentinho - por um berro agudo e estridente. eu queria morrer.

Aguentei tudo isso firme e forte. Até a chegado do pai dela - depois disso eu só queria um silencio milagroso, comer bem e dormir sem ter que me mexer, mas isso - obviamente - não aconteceu e tentei errôneamente mandar uma criança de menos um metro de altura, sensível a tudo, calar a boca. Brava, como uma adolescente mimada, nem olhei para ela toda a noite.

Aí hoje li isso e repensei direito.

E fiz a versão dela:

"Ontem percebi que mamãe não estava bem quando acordou, fiquei quietinha ao lado dela assistindo televisão. Tentei  abraça-la, mas ela recusou falando que ela estava dodói. O melhor que eu posso fazer é ficar bem juntinho dela.
(...) Não sei o porque ela me mandou para a escola bem cedo, e sem se despedir. Entrei e brinquei bastante com meus amiguinhos, mas louca para ver minha mãe novamente e ficar bem agarradinha a ela. 
5 horas depois ela veio me buscar e fomos juntas na natação - que delícia ficar agarradinha na mamãe nessa água quentinha! Gostei tanto que não parava de rir só um segundo. Mas rapidamente a aula acabou e eu senti frio. Muito frio. Chorei para tentar explicar a ela que estava com frio - mamãe estou com muito frio! - e nesse quarto tem muita gente estranha - mamãe não saí de perto de mim! mamãe não perca tempo fazendo outras coisas a não ser ficar comigo. Estou com medo e estou com frio. 
Mamãe me deixou no carrinho, não queria ficar lá. Me senti distante dela, mas estava bastante cansada e adormeci.
Quando acordei estava na minha cama, mas mamãe não estava lá. Chorei desesperadamente "Aonde foi mamãe? mamãe cadê você?" e ela apareceu brava e molhada - exatamente como tinha a visto a ultima vez. 
Mais tarde papai chegou e quis ficar comigo. Brincando com papai, mamãe falou algo que eu não entendi, mas não gostei. Quis ficar com ela, abraça-la para dizer que eu a amo. Mas ela não quis. Chorei mais uma vez. Com muito esforço, consegui com que ela me desse de mamar para dormir e adormeci no seu colo, mas ela não olhou para mim nenhuma vez."

Repensando, o dia da Laura foi bem, mas bem pior que o meu. Poderia ter passado a vida sem perceber este erro. Sem me tocar dos seus sentimentos, mas ela esta fazendo o possível para ficar ao meu lado e me dá força. Apesar de eu não ter entendido.

Somos pessoas passíveis de erros. Mães erram - e como erram!

E espero não cometer este erro novamente.

Filha, mamãe te ama. Desculpe.





Fim de semana agosto2013

Tivemos um fim de semana bastante agitado.

Laura logo na sexta vomitou várias vezes, me assustando significativamente. No Sábado de madrugada teve febre e logo de manhã iniciou sua diarréia.
Neste mesmo dia recebemos a visita de amigos queridos - inclusive de um casal que mora em Porto Alegre.

Foi muito legal a visita. Trabalhamos o dia inteiro na arrumação da casa/ junto em cuidar de um bebê doente:

 Antes:                                                                           Depois:
a


No dia seguinte "acordamos" cedo para ir no Shloshim da D. Vovó Paula, com a Laura.  Acredito que foi importante - mesmo que ela não saiba - a Laura se despedir dela. Foi muito bonita a cerimônia. O dia estava muito lindo.

Logo após almoçamos na casa dos benzinhos e fomos passear no parque:

Lala se negando a dar comida para os peixes... 
 Com o biscoitinho do peixe na mão - mas quem tava comendo era ela!

Família.

Titio Zacão me ensinando a alimentar os patos - sem medo nenhum.
 Passeando...


De certo foi um fim de semana muito agradável - cansativo- inclusive pelas 3 noites sem dormir quase nada - mas de certo eu repetiria várias e várias vezes.

=)

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Natação.

Ontem foi o primeiro dia da natação da Laura e vacilei feio. Esqueci de tirar foto *-*

Mas vim com muita novidade!!

Porque a aula foi:


Éramos em 3. 2 das quais se chamavam Laura - hohoho.

Lalá adorou! o professor trabalha com musiquinhas a aula inteira. Ela pulou da piscina, bateu os pézinhos e até deu um mergulho hiper rápido.
Ela riu muito. Ficou super contente com a água.

A natação é feita mamãe + bebê. Achei uma atividade muito legal da gente passar juntas!

Chegamos em casa exaustas!

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Principesa Laurora, com o seu novo capuz e seu Cavalo Tutu.

Sábado saí com uma amiga em um shopping. Em um Shopping.
Não resisti ao me deparar com uma loja ESPECIALISTA em roupa de super heróis e princesas para crianças.
Comprei uma capa da princesa Aurora. E foi uma das melhores coisas que fiz:
A seguir, uma brincadeira épica da Laurora, seu cavalo tutu, no reino da sala e seu arqui-inimigo Papaizinho:
sem legendas.








 Clique em mais informações, para ver mais fotos...


Israel Parte II: Telaviv e Jerusalém.

Para quem cresceu ouvindo sobre israel, com um pai que se considera israelense - porque foi para lá com 1 mês de vida - com amigos, parentes e escola. Essa é a parte mais Israel da coisa, mais parecida com o que ouvimos por aqui.
E vou te contar que esse foi um dos melhores momentos da minha vida, foi como um sonho se materializando bem ali, na minha frente. E claro, não tem como ver tudo isso, sem derramar algumas poucas -ou muitas- lágrimas.

[03/07/2013 13:16:05] aline.shirazi: Fui na praia.mergulhei. sensacional.



Durante o dia - e a noite - que ficamos ao redor de Tel Aviv, fomos assimilando o que é ser judeu, o que é o judaísmo. A beira mar do mar mediterrâneo. E é incrível como as coisas fazem muito mais sentido lá do que aqui. Lá não precisamos provar dia após dia que somos judeus, ninguém ficará boquiaberto em saber que somos judeus, ninguém falará que por não praticar o shabat não somos judeus.
E por um momento eu senti como se finalmente eu me encaixasse na religião, me encaixei certinho, toda. Então, eu sou judia mesmo... É claro que não havia dúvidas antes, mas eu já ouvi com muita tristeza, dúvidas dos outros a respeito da minha religião, "ah! mas você não pode usar calça jeans", antes eu pensava: puxa, não posso mesmo... então não sou judia?. Hoje claramente eu rio da cara de um sujeito desse. E falo com muita mais alegria e mais paixão, quem eu realmente sou... Judia.

PS: Preciso mudar quem eu sou deste blog e colocar, Aline, mãe, judia, estudante de gestão ambiental...

03/07/2013 13:18:39] aline.shirazi: Entao. Tem muitas vertentes do judaismo. São todos judeus.  A ultima de TODAS é ter um descendente qualquer judeu (pai e mae) e nao seguir a religiao. A primeira sao os ultra ortodoxos aqui de israel, que sao contra o estado de israel.  (Muito dahora esse assunto)

Não é BEM isso, mas é uma forma de ver. Inclusive achamos judeus que o "messias" já tinham vindo a uns 300 anos atrás.

[04/07/2013 09:30:19] aline.shirazi: Em israel. Estou apaixonada por isso tudo
[04/07/2013 09:30:27] aline.shirazi: Por ser judia.

[04/07/2013 09:30:36] aline.shirazi: Por estar aqui.

[04/07/2013 09:30:49] aline.shirazi: Me arrepio só de pisar na terra
[04/07/2013 09:31:05] Vinicius Shirazi Conte: que legal amor

[04/07/2013 09:31:06] aline.shirazi: É tao eu. Tao lindo. Tao minha casa.

Depois de passar um tempo conversando sobre a Laura...

Os militares:


[04/07/2013 11:36:20] aline.shirazi: Indo para jerusalem!

04/07/2013 11:39:15] aline.shirazi: Vou ficar 3 noites com uma israelense no quarto! Uhuuu
[04/07/2013 11:39:33] Vinicius Shirazi Conte: =]
[04/07/2013 11:39:42] Vinicius Shirazi Conte: como assim?
[04/07/2013 11:40:07] aline.shirazi: Eu, e mais uma menina do meu grupo. (...)
[04/07/2013 11:40:37] Vinicius Shirazi Conte: vocês duas vão dormir com uma israelense?
[04/07/2013 11:40:39] Vinicius Shirazi Conte: porque?
[04/07/2013 11:40:50] aline.shirazi: O taglit, recebe 5 israelenses para passar 5 dias com o grupo
[04/07/2013 11:40:56] aline.shirazi: 3 meninas e 2 meninos
[04/07/2013 11:40:57] Vinicius Shirazi Conte: entendi
[04/07/2013 11:41:17] aline.shirazi: Para trocar cultura/experiencias

[04/07/2013 11:45:38] aline.shirazi: O pais nao tem nada excepcional.
[04/07/2013 11:46:09] aline.shirazi: Mas eu me identifiquei demais
[04/07/2013 11:48:12] aline.shirazi: As crianças vivem indo em kibutz, fazendo trabalho voluntario, viajam o mundo com a escola. Depois da escola eles vao para o exercito, servem de 2 meninas a 3 anos meninos e depois fazem mochilao pelo mundo, na volta fazem faculdade e começam a vida adulta.
[04/07/2013 11:48:41] aline.shirazi: Acho o maximo, porque para mim, isso é viver! Ter experiencias, historias.

[04/07/2013 11:49:15] aline.shirazi: Cria_se muita maturidade. 

Vou aproveitar esse gancho para comparar os militares de 19/20/21 anos a nossa crianças de até 23/24 anos.
Pensando sempre em refletir o que eu aprendo na criação da minha filha, eu fico imaginando o que ela será com 20 anos. 
Parando para pensar - não seria ruim que ela fosse imatura - mas, como mãe eu preferiria que ela já tivesse certos discernimentos, inclusive para não perder oportunidades.

Porque o que mais perdemos com nossas crianças brasileiras, foi Tempo. Não que isso seja ruim, mas sim que foi uma perda, foi.

Não temos experiências de nada que não seja nos dado de mão aberta, não sabemos o que é responsabilidade, pouco sabemos - ou queremos saber - sobre cultura/ museu/ história. 
Tudo que não seja balada é boring. 

Vou te dar uns exemplos:

  • 2 da manhã do primeiro dia em Jerusalém, depois de conhecido os militares, fomos para cama dormir as 4 horas nos restavam, a criança de 22 anos do meu quarto estava sem sono, a militar do meu quarto estava com Muito sono - ela tinha passado a noite anterior ansiosa e no dia anterior trabalhado. Ela deixou claro que queria ir dormir. A criança do meu quarto fez chantagem emocional e pediu para que elas ficasse andando pelo hotel, porque ela estava sem sono. Sem nem se importar com a menina de 19 anos que estava exausta e tinha aquele pouquinho para dormir. - cara! - Ela foi passear exausta pelo hotel com a criança. 
  • Uma das militares não podia dizer no que trabalhava, uma das nossas crianças falou " conta, juro que não conto para ninguém", ela novamente falou que não podia e mudou de assunto. Então a criança soltou um "assim, vai ser difícil eu ser sua amiga" . CARA! jura?! acho que minha filha deve ter esse tipo de pensamento!
  • sem contar que eu vi crianças pedindo para os militares beberem - não beberam claro - e outros comportamentos dignos de reprovação no berçario (sala de minha filha).

Não falo de todos claro, até falo de metade do nosso grupo talvez, grande parte trabalha, tem sua própria vida, mas mesmo assim, comparando as idades e os comportamento militares X brasileiros, dá para ver nitidamente uma diferença que EU particularmente gosto. E não venham com história de que eles são ADULTOS, porque não são, são mais maduros - que considero bem diferente de adulto - logo que eles tem também vários comportamentos adolescentes, riem, brincam, cantam, "se jogam" como qualquer jovem adulto faz. E claro, que eu me coloco junto no grupo de "imaturos". Apesar de achar que tenho uma vivência um pouco mais diferenciada dos outros brasileiros (sair de casa com quase 18, ter família e responsabilidades, não ter quem me sustente, mas ainda assim sou "mimada" de várias outras formas)

Agora sim, Jerusalém:


[05/07/2013 09:18:44] aline.shirazi: Jerusalem para os israelenses é a capital do pais. Eles brigam para o resto do mundo aceitar isso. Mas aqui jerusalem é a capital.

05/07/2013 09:19:05] aline.shirazi: Fui no muro das lamentaçoes
[05/07/2013 09:19:19] aline.shirazi: Foi a experiencia mais incrivel da minha vida.
[05/07/2013 09:19:28] Vinicius Shirazi Conte: ah é?
[05/07/2013 09:19:31] Vinicius Shirazi Conte: porque?
[05/07/2013 09:19:49] aline.shirazi: Antes, eu perguntei uma pergunta do teu pai
[05/07/2013 09:20:03] aline.shirazi: Como cabe papel ainda nos buracos?
[05/07/2013 09:20:22] Vinicius Shirazi Conte: hum
[05/07/2013 09:20:32] aline.shirazi: Eh porque todo dia a noite quando o muro fecha eles retiram todos os papeis. Hahaha
[05/07/2013 09:20:51] aline.shirazi: E no dia seguinte se coloca tudo de novo
[05/07/2013 09:21:07] Vinicius Shirazi Conte: entendi
(...) Começo do relato quando fomos conhecer Jerusalém:
[05/07/2013 09:21:49] aline.shirazi: Foi assim:
[05/07/2013 09:22:04] aline.shirazi: Eles tamparam nossos olhos antes de chegar
[05/07/2013 09:22:14] aline.shirazi: Nao sabiamos aonde estavamos indo
[05/07/2013 09:23:31] aline.shirazi: E no caminham leram sobre o povo judeu, sobre o quanto o que estava a nossa frente nos esperava, como uma mae que anseia por seu filho pequeno que esta longe ( e foi ai que chorei muito, porque estou vivendo a mesma coisa)
[05/07/2013 09:24:10] aline.shirazi: Foi bem mais que isso. Eu nao tinha ideia do que tinha na minha frente
[05/07/2013 09:24:43] aline.shirazi: E de repente, a fala acabou, descobrimos os olhos e la estava o muro e toda a jerusalem ao redor.
[05/07/2013 09:25:28] aline.shirazi: Foi emocionante e eu senti que aqui é aonde eu devo estar. É aqui o meu local.
[05/07/2013 09:26:05] aline.shirazi: Minha casa, minha patria. Voltar para minha terra que anseia por seus filhos que estao longe
[05/07/2013 09:26:32] aline.shirazi: Eu tenho consciencia que parece que sofri uma lavagem cerebral
[05/07/2013 09:28:20] aline.shirazi: Mas isso esta me fazendo bem, a maioria estou descobrindo por mim mesma. É a primeira vez que tenho orgulho de ser quem sou. De ser judia. De amar minha religião. E que aqui eu posso ser tudo isso sem ser minoria. Sem ser a "estranha", sem indagarem o do porque eu acreditar no que acredito.
[05/07/2013 09:29:07] aline.shirazi: É isso. Rs
[05/07/2013 09:30:36] Vinicius Shirazi Conte: que legal
[05/07/2013 09:31:01] Vinicius Shirazi Conte: estou muito feliz que esteja curtindo
[05/07/2013 12:10:07] aline.shirazi: Amanha dia livre
[05/07/2013 12:10:17] aline.shirazi: Mas acho qur vou dormir o dia todi
[05/07/2013 12:10:20] aline.shirazi: Enfim
[05/07/2013 12:10:42] Vinicius Shirazi Conte: nossa, ta bem puxado}?
[05/07/2013 12:11:24] aline.shirazi: Sim. Ontem foi balada, voltamos 2 e meia
[05/07/2013 12:11:32] aline.shirazi: Acordamos as 6
[05/07/2013 12:11:38] aline.shirazi: Mas
[05/07/2013 12:11:45] aline.shirazi: Eu nao fui, fiquei do lado, em um café que teve que durar 3 horas, hauhauehuae

No dia seguinte acordei cedo - hahahaha- e era shabat em jerusalém, escrevi ao vinícius por e-mail várias coisas, entre elas:

Outra curiosidade. Nada abre aqui em Jerusalém no Shabat.
Não tem carros nas ruas
Celulares ficam desligados, elevadores tb.
Eu fui Tomar um sol na rua e me senti a única pessoa no mundo!
E é incrível, porque realmente você se sente. Neste dia fomos até o museu de israel - a pé - e no fim da noite shopping, eu só comi e voltei para o hotel. Não sem antes convencer a nick a comprar um Galaxy SIII. 
Hahahaha



E para finalizar essa parte - e para não ficar muito grande. Vou contar um pouco sobre o museu do Holocausto ou Yad Vashem

O museu foi horrivel
Saiu todo mundo chorando - por dentro ou por fora - . Bem pesado
6milhoes de judeus mesmo. 10 milhoes de pessoas
(...)
Os judeus tiravam muita foto. Tinham muitos filhos.
E ainda se tem mae que sai da guerra sem filhos e nao querendo relembrar da existencia deles, do sofrimento de ter perdido eles, nao falam nada
O yad vashem é onde faz identificaçao das historias, familias, nomes, fichas que contem até como eram nas escolas antes da guerra
Os alemaes fizeram numeros nos braços das pessoas
E faziam fichas identificando essas fichas
Desses em media 20% nao se sabem o que aconteceu
Se morreu, se sobreviveu e mudou de nome e mais outras mil alternativas.
[07/07/2013 14:24:18] aline.shirazi: Ai só para finalizar. identificaram uma cova gigante em uma cidadezinha na alemanha, 2 anos atrás,  na qual pessoas foram enterrados por um padre a 70 anos atrás (na marcha da morte). No tumulo estava escrito os numeros dos braços.
[07/07/2013 14:24:50] aline.shirazi: Atraves desse numero, identificaram 385 pessoas, sendo uns 200 judeus, que atraves dos numeros tiveram seus nomes identificados e tidos um final. Nessa lacuna ainda tem 20% a ser descoberto. 385 pessoas que morreram na marcha da morte, morreram e foram enterradas por um padre em uma cidade isolada. 70 anos para se terem um final. Cada corpo descoberto, seus familiares sao procurados e informados. É muito lindo o trabalho.
[07/07/2013 14:27:46] aline.shirazi: Mais ou menos. É muita coisa para se assimilar


O museu foi uma experiência muito triste, mas válida como pessoa de ter conhecido. Quando eu era pequena fui bombardeada com a segunda guerra mundial (dos 8 aos 12 anos), por um colégio judaico. Por mais que queriam que eu assimilasse a informação, é complicado para uma criança; e considero atualmente até um pouco cruel e distorcido. Talvez até o impacto das informações, fotos, vídeos não fez aquele efeito desejável em mim. Em casa também crescemos com filmes e documentários da guerra. Já tinha uma boa bagagem, entende? Conheço história terríveis. Mas, você estar no museu é mais do que ver como mero "espectador" ou algo que "aconteceu", é como se você tivesse lá como primeira pessoa. Isso me atordoa até hoje, até hoje converso com o marido sobre as histórias que escutei no Yad Vashem tentando de alguma forma entender ou mesmo justificar alguns atos individuais, coletivos. Aumentou o meu querer de ser judia, aumentou a minha defesa pela minoria - qualquer uma - e de certo aumentou minha tristeza com alguns preconceitos que antes não me doíam tanto. E a noção de que isso pode sim acontecer novamente. Apesar de eu ser do tipo ingênua, que acredita na humanidade - por enquanto. 
Não vou me delongar sobre esse assunto, porque após mais de mês de te-lo visitado, as lembranças ainda eriçam meus pelinhos dos braços. 

Se quiserem ler mais sobre o Yad Vashem, clique no "leia mais" ou algo assim. Vou colocar os pontos que mais achei interessante saber ou que visitei:

domingo, 18 de agosto de 2013

Laura dos cisnes!



Pode confiar sim...

Laura tem uma personalidade sociável.
Adora pessoas, animais, árvores, natureza, tudo. Sorri para tudo, brinca com tudo e eu não só me orgulho disso como também estimulo:
 Passo por um estranho e jogo um bom dia sorridente: ultimamente ela também me acompanha, nem sempre recebemos um comprimento de retribuição, mesmo assim enfatizo a ela o quão importante é cumprimentar os outros, mesmo que eles não nos respondem.
  Cumprimentamos as árvores - fazemos carinho em todos os animais que aparecem e faço questão que ela passe colo a colo dos porteiros e que cumprimente com um grande sorriso ou até abraço os funcionários do condomínio e da escola.
  E teve um momento na qual eu perdi  quase perdi a cabeça:

Laura estava brincando no parquinho do condomínio, veio outra mãe, uma avó, com um filho já maior - devia ter uns 4 anos o menino - na hora a laura já abriu o sorriso e cumprimentou-os. Ela chamou a laura e fez menção de segurar a mão dela, no mesmo momento que falava: "vem com a tia, vou te mostrar uma coisa", a Laura olhou para mim como se pedisse permissão. Eu dei, com um aceno de cabeça. Ela foi... Antes que a mão dessa mulher pudesse ter alcançado a da laura ela deu uma bronca na minha filha. Assustando-a:
  - você me conhece? você já me viu? eu poderia te levar embora como o homem do saco faz, sabia? não confie nas pessoas! 

Ela claro, fez cara de choro e correu para mim. fiquei sem reação.

  Tentando manter a calma eu sorri para mulher - sorri?! acho que foi mais "mostrei os dentes"- e expliquei a ela que minha filha não é criada a base do medo e que eu não minto para ela.

Abaixei e disse a Laura:

  Filha, enquanto você estiver comigo, você pode confiar nas pessoas, você pode ser simpática a elas. Existem pessoas que sentem medo, você não é uma delas, mas infelizmente essa moça tem medo, mas você não deve ter, mamãe enquanto estiver perto vai te proteger e você não precisa se preocupar por hora com isso. Perdoe essa moça. E ninguém vai te levar embora enquanto eu estiver perto. Para não se preocupar com isso, não saía da minha vista. (é claro que no momento, não foi bem isso, mas mais ou menos isso).

Ela voltou a brincar e continuou a ser simpática, mas obviamente, não chegou mais perto dessa mulher.

Mas porque eu fiz isso?! E se um dia oferecerem uma bala a ela e ela for...

1) ela tem 1 ano e meio. Eu não quero que a base da criação dela seja o medo. E sim, que primeiro ela consolide a confiança. Até porque nessa idade ela não ficará nem um segundinho sozinha.
2) ela só anda de mão dada comigo na rua - nunca corre - realmente não existe uma forma - no momento - que eu possa perde-la de vista ou que alguém possa passar e "leva-la".
3) Ela não vai entender a diferença de estranho, para uma pessoa "amiga da mamãe que nunca vi". Então, por hora, prefiro que todos sejam "amigos que nunca vi". Assim estimulo o lado sociável dela.
4) Ela odeia que a peguem no colo, que mexam com ela. De longe ela sorri mesmo, mas tenta pegar?! rola berros incansáveis.
5) Antes de fazer algo que ela tem dúvida - ela pede primeiro - nem que seja com um olhar.
6) nunca minto para a Laura, homens do saco, papai noel, coelhinho da pascoa - não existem.
7) Em brincadeiras com bonecos eu mostro o quão importante é ficar ao lado da mamãe e/ou do papai ou de alguém conhecido.


Se alguém um dia oferecer uma bala:

1) eu vou estar junto e não vou deixar ela pegar.
2) ela vai ter idade suficiente para entender que - se tiver sozinha - ela não vai pegar a bala. Conversa é uma coisa que - pretendo - ter bastante por aqui.

Porque isso?

Meu pai é uma pessoa medrosa - acho que por conta de guerras, não sei - e ele proibia a gente até de falar o nome pelo telefone (ou coisas do tipo) e basta um barulho na casa - por mais identificável que seja - ele sempre vai verificar do que se trata.
Eu sou uma pessoa que tem medo - ando desconfiando de tudo e todos - e posso contar que nenhuma das vezes eu tive "razão" para esse temor. E é horrível você desconfiar até da sombra que te persegue ou do barulho que esta logo atrás de você - e depois perceber que é só sua mala e sua própria sombra.
Então, estou tentando de alguma forma, quebrar esse ciclo do medo.
É claro, que coisas ruins podem nos acontecer a qualquer momento. Mas o mais provável  é que percamos as oportunidades boas que nos cercam se tivermos com medo.
(ele meio que cega não?!)

Porque parece mesmo que a sociedade quer de qualquer jeito que as pessoas, desde crianças, tenham medo.



sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Rainha dos hipopótamos no reino da sala.

Nos últimos dias os hipopótamos invadiram a sala e junto veio a Rainha.
 A rainha é muito boa, mas muito disciplinada, quer todos os seus súditos hipopótamos em ordem
 E preparados para montaria caso seja necessário. 
 Que estejam bem fofinhos, até o mais pequeninho deles.
 Se não... ainda não estão preparados para o reino da sala
 Brincadeira, todos estão.
 Enquanto isso, fico em minha cadeira real, observando todos os meus súditos;

Porque uma rainha, depois de tanto trabalho feito, precisa se preparar para o cochilinho da tarde.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Deixando tudo para depois...

   Anda circulando um texto de uma mãe americana pela internet sobre "não mandar a filha andar logo" clique aqui para ler. Vi que muitos dos comentários é como se tivessem tido uma revelação.
    No meu caso, achei rotineiro. Um por eu ser uma mãe super desencanada com horários, dois por ela ser super desencanada com rotina e três, porque aproveitamos tudo ao nosso redor. De muita papinha amassada á "oi" para árvores, borboletas  e plantinhas minusculas... com tempo de escaladas, experimentações - e claro muita sujeira.
    A única coisa que temos horário certeiro para alguma coisa é a hora de dormir (20 horas) e este é mandado pelo despertador.
   Agora - sempre no começo do semestre- tento dar prioridade para a faculdade, mas é só uma doença aparecer, um noite sem dormir direito se fazer presente ou um céu azul para brincar lá fora que tudo é deixado para trás. Importante de verdade são as descobertas dela...

Em casa, com óculos escuros de pijama, esperando o papai chegar, jogando cotonetes para tudo que é lado:






Indo para a escola:


 voltando da escolinha:

 Parando no meio do caminho para brincar:




Mais um dia indo para a escolinha:


E todos os dias alguns rituais se fazem presente:

  • apostar corrida - eu sempre ganho hohohoho
  • falar "oi ávore", dar abraço, beijo e escalar.
  • tentar não entrar no parquinho do condomínio - mas entrar mesmo assim.
  • pisar nos boeiros soltos que fazem barulho - dentro do condomínio mesmo.
  • cantar músicas, fazer careografias e dançar muito.
  • massagem pós banho.
  • mais música.
  • histórinhas de livros
  • passar mão em cachorros e gatinhos.
  • outros inesperados.



terça-feira, 13 de agosto de 2013

Tirando carta de mãe e projeções futuras...


Antes, novidades relâmpago:
  • Entreguei ontem meu projeto do TCC,
  • matriculei a Laura na natação hoje,
  • e decidi que quero de vez me firmar nos estudos, na carreira, na família e nas pessoas e nos locais que gosto. Não me sinto bem em alguns locais, não me sinto bem vinda e não me dou bem em ficar com o bico fechado perante a um autoritarismo idiota. 
  • Eu saí da banca - acho - apesar de gostar muito de lá, gosto muito do meu sogro. Mas percebi também, que talvez eu fosse um elo desnecessário, para uma vida que talvez não fosse/seja minha. Além claro, que eu sou meio estabanada. Enfim, a banquinha me ajudou a me erguer nesse último período e foi bom. Agora erguida vou continuar outros afazeres. É claro, que uma vez ou outra ainda estarei por lá. espero.
  • Benzinhos estarão se mudando essa semana. É estranho, ainda. Mas logo nos acostumaremos. Boa mudança! (m-u-d-a-n-ç-a-s)
  • tapete, manta e carrinhos novos para a nossa casa, recebidos com um imenso carinho e gratidão!

Fim de semana:

Sábado, fomos no restaurante Lellis com os benzinhos. Laura comeu mamão, com sorvete de creme e cassis (!). Sim! eu deixei. Ela odiava mamão e realmente não achei que ela ia gostar... mas adorou, rs.


Foi a última vez que fomos na alameda barros - acho importante deixar registrado - Sentimos falta da "vovó" sentadinha na cadeira, com um sorriso no rosto de felicidade de ver minha pequena. A mudança já estava bem acelerada. E eu tenho uma maneira incrível de bloquear pensamentos dolorosos. 

Sabe o que eu ganhei?! um caixa de música que faz barulho quando eu for deixar alguém esperando na linha! - demais vai! - ninguém ainda me ligou =(... louca para testar! #ficaadica

Domingo fui na paulista visitar uma amiga e a família (linda!). Vini foi para a banca. Eu estava um caco. C-a-c-o. 


Laura é muito docinha, se comportou direitinho. Estou querendo fazer mais programas com ela durante a semana, passarmos mais tempo agradáveis juntas. parques, sesc, carinho, massagem (que voltei a fazer todo dia) e histórias incríveis. 

Logo depois fui para a banca. estava faminta. Eu estava de bom humor - acho. Mas pelo jeito, não:

Tirando Carta de mãe:

Cara, ser mãe é uma coisa que leva muita reflexão do que foi feito lá atrás. Não só na sua vida, mas experiências contadas também é válido. É muito importante cortar o que não concorda, mas respeito é bom. Mais que isso, debate é excelente. Acho que enxergar os nossos erros, é o que nos fazem concerta-los futuramente. O difícil é quando você já esta carregada de estereótipos, não consegue aceitar a verdade na sua frente e desrespeita o outro, bem ali do teu lado, porque se acha mais inteligente.. mesmo não tendo qualquer conhecimento atual do assunto. 


Sempre tente olhar por outros ângulos. É uma coisa que pouco faço, sou meio radical nas minhas ideias - mas nas minhas- nunca crítico uma outra mãe/criação, mas crítico ações baseadas em mitos, sistemas de saúde e profissionais comerciais. 

 E sou feliz com o que tenho. Tem gente que chama de loucura, outras frescuras, outras desnecessidades. Tenho minhas crenças, tenho meus valores, tenho minha vida e minhas razões. E principalmente tenho apoio. Aqui não é mãe que acha... são os pais que acham/fazem/agem/sentem.


As vezes sou feliz dentro do meu mundo. Dentro das minhas descobertas e muitas vezes quero compartilhar com todos o que descobri, o que estudei e o que pesquisei.

 Poucas pessoas conseguem enxergar minhas ideias com nitidez, mas eu enxergo. Muitas dessas vezes me sinto desrespeitada, julgada, com mil olhares para cima de mim e comentários que alfinetam. Desde falando da minha inteligência (para menos, hohoho), até julgando meus comportamentos maternais. (por isso a importância de ser bem resolvida com as próprias escolhas).


 Hoje. Hoje. Eu quero sair. Quero evitar pessoas que não me respeitam. Ou que apenas eu não me sinto bem com elas. mas não posso privar minha filha do mesmo. As diferenças precisam ser resolvidas, as barreiras retiradas, mas é complicado, quando, EU, não consigo abaixar a orelha para qualquer asneira.


 Então continuaremos indo reto, caminhando o nosso trajeto. fazendo o próprio caminho. Não se importando com quem não se importa. Não agredindo quem nos agride. Se arrepiando com o absurdo, mas tentando deixar de lado a negatividade - ou quem sabe, deixar para trás de vez - o importante é ser feliz com o que tem e ir atrás do que deseja. Mentalmente e depois fisicamente.
Quem acredita sempre alcança.


E a carta mesmo para ser retirada ainda vai demorar uns 17 anos, talvez mais... mas não antes.
Então seguimos com a possibilidade de...


Tudo vai dar certo!











segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Respiração

Faz 4 anos que comíamos na Barra Funda, sentados no chão na frente da estação, devorando batata frita e tomando Coca Cola.
O assunto era quase sempre o mesmo: Nossos filhos.
Não morávamos juntos, não tínhamos empregos, tudo encaminhava para uma vida não-juntos. Mas mesmo assim queríamos arriscar.
Certa vez fiz um teste de gravidez - que deu negativo.
Eu saí falsamente aliviada, ele derramou lágrimas. Naquele momento paramos de respirar e nos demos conta de que PRECISÁVAMOS de um filho, assim como precisávamos respirar.
Passou-se o tempo e ele arranjou um emprego - só para casar e ter filho.
Passou-se mais um ou dois meses e fomos morar juntos, com um quarto a mais e condomínio para crianças, ganhando o mesmo valor do aluguel - só para o nosso filho.
Passamos alguns meses, frustrados, roxos de não respirar, esperando o filho... que não vinha.
Resolvemos casar, para de alguma forma aquele tempo passar e conseguirmos suportar cada vez mais aquela Não presença, do nosso filho.
Finalmente, como o ar, veio o teste positivo. A gravidez e o nascimento. Tudo tão altamente aproveitado, como nos maiores sonhos conquistados. Veio a filha querida, amada, carinhosa, perfeita, que coube perfeitamente em nosso sonho. Que cabe.

Isso foi apenas um resumo de toda a intensidade da espera de Laura. E volto com esse resumo, para dizer que ela não foi só esperada, como foi necessária para aplacar nossas vontades.
 
Volto com isso, porque fico revoltada quando alguém chega e diz que "deveríamos ter esperado mais para ter filhos", minha vontade é dizer para essa pessoa para que ela segure o ar por alguns meses e perguntar, se o ar não lhe fazia necessário exatamente naquele momento? e se segurasse por mais tempo, se ela de alguma forma, conseguiria viver?

Por mais que a vida tenha se complicado com um filho - e  eu boto o pé no chão, que a minha ela só melhorou - sem ela, não teríamos Vida. No sentido Viver da palavra. Estaríamos agora, zumbindo por aí, pagando contas, consumindo desnecessidades e vendo a vida passar sem graça, sem ar...