quarta-feira, 30 de julho de 2014

Eu amamento e estou grávida.

    É super estranho para mim essa afirmação, digo... é a mesma coisa - para mim - dizer: o céu é azul.

    Não que nossa trajetória aqui fosse super tranquila - até foi - mas eu nem sempre imaginei que fosse chegar tão longe, apenas cheguei.

    Conversando com uma mãe no começo da amamentação (com bebê de 4 meses) lembrei dos diversos pitacos que ouvi no nosso começo, acho que este realmente era o problema, os outros. Nossa ligação estava intacta, perfeita. No começo doeu, mas fomos levando, até ficar ótimo. As vezes vazava demais (eu? com peito pequeno? vazar? SIM!), era aquele fedor de leite azedo no lençol, nas roupas... mas fora isso, a amamentação era quase sublime, contemplação, momento juntas, ligação.

   Depois completamos o tempo de exclusividade (que no nosso caso foi maior), até que fez 1 ano e o peito continuava a vazar, continuava a ser rico e continuava a ser o principal alimento dela - e continuava a ficar gigante nas ausências, até que viajei (ela tinha 15 meses) por 12 dias, foi uma experiência incrível (viagem e amamentação), voltei sem um pingo de leite, com o peito murcho e continuei amamentando e o peito voltou a produzir leite, voltou a encher e a ser o alimento preferido dela.

    Até que chegou aos dois anos - com uma rapidez incrível - e continuava nós ligadas, ela, eu e o tetê. Até que uma sensibilidade no seio me pegou (ainda sem desconfiar) prosseguimos com menos mamadas, com mais conversa, até que me descobri grávida e pesquisei, me informei, me empoderei e me satisfiz! SIM! Eu podia continuar dando a imunidade que minha filha precisa ( e principalmente QUER) e estar grávida e ser uma grávida saudável e ter um filho saudável! (Artigo sobre amamentação e gravidez da vila mamífera)

   Meu leite mudou? Ela percebeu algo de diferente? No início achei que deu uma diminuída, até um dia que ela estava jururu e vomitou a manhã inteira (leite e mais leite e mais leite e mais leite e mais leite...) e se recuperou com meu leite (única coisa que ela aceitava), então foi só impressão. Ela mesmo não deu nenhuma mudada de comportamento em relação a isso, a não ser que eu esteja incomodada e evito que ela mame por alguma razão, fora isso ela também já fala que um tetê é dela e o outro é do neném.

  Ao contrário da minha primeira gestação, mal senti cólicas neste começo e já completo a fase "sem riscos" sem qualquer tipo de problema com a gestação e com o bebê. Não vejo motivos ou evidências científicas para a amamentação parar, pelo contrário, as evidências me encaminham para que eu continue a amamentar (evitando salto de desenvolvimento e crises no bebê que estar por vir), além do desmame natural ser o melhor para a criança (desenvolve independência e segurança na  fase adulta). Além disso é comum o segundo filho vir com o peso um pouco maior e altura normal, sem nenhum tipo de malefício para o feto, o que infelizmente não é informado (e nem é de conhecimento) da maioria dos médicos.

E para terminar, uma foto tirada por uma amiga lindérrima (Aline Bucci), das minhas duas vidas - ainda - ligadas fisicamente em mim, com um carinho sem igual.

 (primeiro trimestre)