quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Existe preconceito com as grávidas?


Acredito que todas as grávidas e mulheres que passaram pela gravidez sabem a resposta dessa pergunta, desde comentários de pessoas que acham que vão ajudar dando conselhos até pessoas que passam olhando feio, fazendo comentários negativos/maldosos e até agressões físicas (logo mais conto essa história), então, sim, existe e aqui vou contar um pouco sobre minha vivência a respeito.

Na gravidez da Laura, a primeira, eu tinha 23 anos e os comentários eram muitos e de pessoas muito próximas, desde "você não sabe o que é ser mãe" (obviamente), até "você será uma péssima mãe", passando por tentar me mostrar que eu estava criando ilusões, ficando feliz a toa e o que mais ouvi foi "você não vai conseguir..." não vou conseguir usar fralda de pano, nem amamentar, nem ter um parto normal, nem conseguir cuidar de um bebê sozinha e por aí adiante...
Foram comentários que fizeram eu persistir no que eu acreditava - é verdade -  e conseguir tudo o que me propus a fazer, mas, que me deixavam muito chateada por só eu (e marido) acreditarem que eu era capaz.
Já os comentários e ações de desconhecidos eu deixava em segundo plano, nem pensava neles direito, um exemplo disso foi eu andando no shopping com meu pai e as pessoas terem achado que eramos "casados", deixamos de ser atendidos, recebemos olhares de reprovações e por aí a fora.

Nessa gravidez isso tudo mudou, agora recebo muito apoio e os comentários negativos das pessoas próximas "non-existe", em compensação estou mais insegura e aprestando mais atenção nos comentários de pessoas desconhecidas, mas mais como um estudo do comportamento bizarro humano. Ouço perguntas frequentes de "de novo?" até me agredirem fisicamente (com uma cotovelada na barriga) por eu ter pegado o trem em horário de Rush, passando por idosas que gritam para eu aprender a "não abrir mais as pernas", até professor dizendo o quanto é burrice engravidar na faculdade e me entusiasmando a desistir dos estudos (mesmo eu tirando 9.1 na prova dele), passando por outra que tentou me agradar dizendo que "não sabia da minha capacidade" quando fiz uma apresentação, referindo-se a minha barriga - de novo.

São situações
diversas em dois tempos diferentes que é difícil acreditar que alguém passou por isso - a gravidez - impune de alguma forma de preconceito. 

Pensando-se nisso e por ser um momento único na vida de uma mulher (e de uma família), que devemos apoiar, aprestar atenção no que dizemos e como agimos com o próximo, tetando fazer mais o papel de ouvidor do que de comentarista, de ajudante de vez julgador do caso e principalmente cultivar o respeito ao próximo, sempre.