sexta-feira, 31 de agosto de 2012

AME

      Faltam 15 dias para a Laura completar o AME (amamentação materna exclusiva), estou muito feliz com essa conquista! falta pouco.. já ouvi muito e sei que depois do primeiro ano vou ouvir ainda mais, mas continuarei firme e forte (ao menos quanto a isso).

      Por esse motivo já estou me armando (mais?!) e divulgo dois textos muito legais sobre amamentação exclusiva.

      Sei que é "chato" ler e obviamente não é necessário... mas não venha com argumentações contra a amamentação ao meu lado sem ao menos ler os textos abaixo.






• Como o LM vira água e a vaca passa a fazer melhor leite que o seu.

Eu acho que se você amamenta por um ano alguém deveria fazer uma festa para você. O melhor que eu pude fazer foi dar camisetas comemorativas. Eu já dei mais camisetas do que posso contar e atualmente eu tenho uma lista comemorativa para celebrar as mães que conseguiram isso no meu website.

Então, com todas essas mães no meu consultório alcançando esse objetivo, eu comecei a considerar fazer algo para reconhecer as mães que continuavam a amamentar aos 18 meses. Essas mães maravilhosas, que ganharam a camiseta e os parabéns pelo primeiro ano diziam "Não, obrigada." quando eu mencionei o que tinha em mente – elas não queriam que outras pessoas soubessem. Elas amamentavam, mas não queriam reconhecimento público. Elas amamentavam "no armário" e estavam bem assim.

A revisão dos 12 meses é uma ótima oportunidade para falar dos benefícios de continuar a amamentar além do primeiro ano. Eu vou tentar não dizer "amamentação prolongada" porque isso revela um viés cultural que existe onde eu vivo, mas talvez não onde você viva. Mundialmente, amamentar até os 2 ou 4 anos é simplesmente normal. E antes que o viés cultural interrompa a discussão, a política da Associação Americana de Pediatria diz que "não existe limite para a duração da amamentação e não há evidência psicológica de prejuízo ao desenvolvimento devido à amamentação no terceiro ano de vida ou mais".

Então, o que acontece aos doze meses? De acordo com a crença popular, no momento em que o seu lindo bebê amamentado está dormindo na noite anterior do seu primeiro aniversário, o mundo se transforma: no dia seguinte, eles descobrem que o leite materno já não serve. Eles descobriram que a vaca faz um leite melhor que a mãe.

E como você faz que uma criança de um ano que ainda não fala entenda isso? Eles estão contando com continuar recebendo a calidez, a expressão de amor e a maravilhosa nutrição que tinham no dia anterior. Qual é a mágica daquele 366º dia da sua vida?

Eu sei que não faz sentido e que o bebê de um ano provavelmente está confuso, mas eu conheço algumas mulheres maravilhosas que acreditam que se elas continuarem a amamentar, seus filhos vão precisar de um complemento de leite de vaca "para que tenham todos os nutrientes". Eu devo morar no paraíso dos laticínios, onde pessoas usam chapéus de queijo em público, mas o leite da vaca é para os bezerros. E como eu normalmente tenho essa conversa no meio de uma consulta, com a criança presente, eu posso fazer um bom trabalho convencendo a família de que o meu exame clínico sugere que o seu filho não é um bezerro.

Os componentes do leite materno que combatem infecções continuam presentes: lisozima, lactoferrina, imunoglobulina (IgA) estão presentes em quantidades estáveis. Os níveis de proteína, cálcio, ácidos graxos de cadeia longa são mais baixos comparados com o leite de um bebê de 3 meses, mas não estamos falando de bebês de 3 meses que só se alimentam de leite materno. A criança de um ano já come outros alimentos. Além disso, sabemos que mães que amamentam por mais tempo diminuem o seu risco de câncer de mama.

Eu entendo. Muitas pessoas, incluindo os profissionais de saúde, não entendem porque você quer amamentar por mais de um ano. Mas não são eles que tem que acalmar uma criança de 15 meses berrando. Eu só estou dizendo isso – se eu tivesse que escolher entre uma criança chorando que eu tenho que distrair e fazer feliz de alguma maneira e uma criança chorando que eu posso dar o peito e fazer feliz em 5 minutos, eu prefiro o segundo.

Algum dia, eu espero poder fazer algo pelas minhas amigas, as mães que amamentam "no armário" e eu saberei que estarei fazendo progresso aqui no meu pedacinho de mundo. Talvez então nós possamos convencer o resto do mundo que amamentar um bebê de mais de um ano é normal.

Jenny Thomas, pediatra membro da Associação Americana de Pediatria, membro do Comitê Internacional de Certificação de Consultoria de Aleitamento e da Academy of Breastfeeding Medicine.

Benefícios da amamentação prolongada

>>>>>> Benefícios da amamentação prolongada
Kelly Bonyata


Amamentar crianças maiores têm benefício nutricional
Pesquisas mostram que o leite materno durante o segundo ano de vida da criança é muito parecido com o leite no primeiro ano (Victora, 1984).

No segundo ano de vida, 500ml de leite materno proporciona à criança:

95% do total de vitamina C necessário
45% do total de vitamina A necessária
38% do total de proteína necessária
31% de caloria do total necessária (UNICEF/Wellstart: Promoting Breastfeeding in Health Facilities: A short course for Administrators and Policy Makers; WHO/CDR 93.4)

Leite materno permanece sendo um fonte importante de proteina, gordura, cálcio e vitaminas mesmo após os dois anos de vida (Jelliffe and Jelliffe, 1978)

Alguns médicos podem pensar que a amamentação vai interferir em relação ao apetite da criança para outros alimentos. Contudo não existem pesquisas indicando que a criança amamentada têm maior tendência a recusar outros alimentos que a criança que já desmamou.

Na verdade, a maioria dos pesquisadores em países subdesenvolvidos, onde o apetite de uma criança desnutrida pode ser de import&ancia vital, recomendam que a amamentação continue para crianças com desnutrição severa (Briend et al, 1988; Rhode, 1988; Shattock and Stephens, 1975; Whitehead, 1985).

Crianças maiores que ainda amamentam adoecem menos

Os fatores de imunidade do leite materno aumentam em concentração, à medida que o bebê cresce e mama menos. Portanto, crianças maiores continuam recebendo os benefícios da imunidade (Goldman et al, 1983).

Um estudo de Bangladesh demonstra, dramaticamente, os efeitos que essa imunidade pode ter. Nessas péssimas condições de vida, descobriu-se que crianças desmamadas entre o 18º e 36º mês de vida dobraram os riscos de morte (Briend et al, 1988). Este efeito foi atribuído especialmente aos fatores de imunidade, apesar de que, provavelmente a nutrição também foi muito importante.

Claro que, em países desenvolvidos o desmame não é uma questão de vida ou morte, mas a amentação por mais tempo pode significar menos idas ao pediatra. Crianças entre 16 e 30 meses, que ainda são amamentadas, adoecem menos e por menos tempo que as que não são (Gulick, 1986)

Crianças amamentadas têm menos alergias

Está bem documentado que quanto mais tarde se introduz leite de vaca e outros alimentos alergênicos, menos provavelmente essas crianças vão apresentar reações alérgicas (Savilahti, 1987).

Crianças amamentadas são mais espertas

Crianças que foram amamentadas têm melhor performance na escola e maiores notas (Horwood and Fergusson, 1998). Os autores desse estudo, que acompanhou crianças até os 18 anos descobriram que quanto mais tempo as crianças são amamentadas, maiores as notas que recebem nas avaliações.

Crianças amamentadas são mais ajustadas socialmente

Um estudo com bebês amamentados por mais de um ano mostrou uma ligação significante entre a duração do período de amamentação o ajustamento social em crianças de 6 a 8 anos de idade. (Ferguson et al, 1987). Nas palavras dos pesquisadores: "Existem tendências estatísticamente significantes para que a desordem na conduta diminua com o aumento da duração da amamentação". Mamar durante a infância ajuda bebês e crianças a fazer uma transição gradual. Amamentação é um amororso jeito de atender as necessidades dasa crianças e bebês. Ajuda a superar as frustrações, quedas e machucões e o stress diario da infância.

Atender as necessidades de dependência da criança, de acordo com o tempo único da criança é a chave para ajudar a criança a alcançar sua independência. Crianças que conquistam sua independência em seu próprio ritmo são mais seguras dessa independência que as crianças dorçadas a isso prematuramente.

Amamentar crianças maiores é normal

A "American Academy of Pediatrics" recomenda que as crianças sejam amamentadas por ao menos todo o primeiro ano de vida, e por mais tempo se a mãe e o bebê quiserem (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS Policy Statement, 1997). A Organização Mundial de Saúde reforça a importância de amamentar até os dois anos de vida ou mais (Innocenti Declaration, 1990). A média de idade de desmame, em todo o mundo é de 4.2 anos. (Davidowitz, 1992)

Mães que amamentam por mais tempo também são beneficiadas

A amamentação prolongada pode diminuir a fertilidade e suprimir a ovulação em algumas mulheres
A amamentação reduz o risco de câncer de ovário (Schneider, 1987)
A amamentação reduz o risco de câncer de útero (Brock, 1989)
A amamentação reduz o risco de câncer de câncer de endométrio (Petterson, 1986)
A amamentação protege contra osteoporose. Durante a amamentação a mulher experimenta uma dimininuição na densidade óssea. A densidade óssea de uma mãe que está amamentando pode ser eeuzida, em geral em 1 a 2%. No entanto, a mãe tem essa densidade de volta e pode até ter um aumento, qundo o bebê é desmamado. Isso Não depende de um suplemento adicional na alimentação da mãe. (Blaauw, 1994)
A amamentação reduz o risco de câncer de mama (McTieman, 1986; Layde, 1989; Newcomb, 1994; Freudenheim, 1994).
A amamentação tem demonstrado diminuir a necessidade de insulina da mãe diabética (Davies HA, British Med J, 1989).

Referências:

ASK THE LACTATION CONSULTANT: Is There Any Value In Breastfeeding Past One Year? by Debbi Donovan, IBCLC

Extended Breastfeeding and the Law By Elizabeth N. Baldwin, Esq.

Nursing Beyond One Year by Sally Kneidel, NEW BEGINNINGS, Vol. 6 No. 4, July-August 1990, pp. 99-103.

Ahn, C H and MacLean, W C. Growth of the exclusively breastfed infant. Am J Clin Nutr 1980; 33:183-92.

AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS Policy Statement: Breastfeeding and the Use of Human Milk (RE9729), Pediatrics, Volume 100, Number 6, December 1997, pp 1035-1039.

Blaauw, R. et al. R