terça-feira, 4 de junho de 2013

Cadê os amigos?


Faz um tempo que ando reclamando com o marido sobre o sumiço dos amigos. Pondera, fui a primeira a ter filhos e com um acréscimo, de uma forma diferente do senso-comum.
Aí ontem, em um grupo materno, vi uma postagem sobre o assunto (aqui). Como primeira a ter filhos, fui a primeira a saber a delícia e a dor de te-los. Digamos, demorei para sair do ninho da maternidade, abrir os olhos para uma "além vida da maternidade", porque comigo foi assim: apaixonante ser mãe. Mas uma hora abrimos os olhos e procuramos ao redor - opa! cadê vocês amigos? - não, não estou afim de falar de maternidade, de receber conselhos de quem não tem filho (porque, vamos ser realistas, é como receber conselhos sobre a internet, de quem só ouviu falar sobre... inviável e incoerente), e nem de dizer como a vida muda e fica sim, maravilhosa, porque tem coisas que por mais que dizemos, só entenderá quando for mãe ou quando já se é mãe.
Não que minha vida social tenha diminuído, fiz amizades maternas, troco conselhos/experiências/blablabla sobre filhos. Mas e aqueles amigos que costumavam vir em casa? sair para uma volta? comer uma pizza? CADÊ? E-C-O-O-O;
Meu marido diz que agora sabe como ele se sente. A gama de amigos dele é bem pequena e digamos, tem 1 no mesmo estado que ele - e isso sem exagero- mas faz parte da natureza "amiga" dele. Eu já sou aquela pessoa que gosta/adora estar rodeada por pessoas. E eu que gosto de falar - estando isolada na maior parte do tempo - quando falo é para abrir a matraca e pode ser que acabo até expulsando ainda mais os que sobraram. Porque sobraram. Ligam para te perguntar, "e aí ta viva?", mandam uma mensagem via face "saudades" e semelhanças. Aparecem pipocadamente as vezes, As vezes.
Não vou ser injusta. Tenho uma amiga que sempre esta presente. Não com frequência - claro - porque existem trabalhos/projetos/propósitos maiores. Mas é do tipo "só gritar" saca?

Mas o que quero dizer é que a Solidão Materna (hora pois, existe um nome! acreditem, eu também não sabia!) é muito comum e atacam uma hora ou outra a vida de uma mãe. E não é um pedacinho de gente ou um homem do lado que vai "suprir" essa necessidade. Nos damos conta do nada, quase que em uma epifania de que escolhemos um caminho sem volta, maravilhoso... mas extremamente solitário. (Mas otimismo no fim do túnel, a solidão acaba!)

É uma onda - como definiu bem Roberta Lippi (veja o video aqui) - e estou sentindo que estou no final dela, porque passa e a vida volta ao normal, muitas vezes com novos amigos e com certeza com uma nova vida.

Afinal, falta 26 dias para deixar a cria pela primeira vez e ir para o outro lado do mundo - completamente desacompanhada da maternidade (a não ser pelo Leite materno). Vamos que vamos, a onda passa, sempre passa. Tudo passa.

Mas é bom falar né? Maternidade é o mar de rosas que pintam por aí - mas como toda rosa, tem lá seus espinhos.