sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A mãe monstra da Madrugada...

Se engana aqueles que acham que eu gosto de ser mãe 100% do tempo.
Porque eu não gosto. não mesmo.

Existe um momento - mais ou menos entre o meu primeiro fechar de olhos e o nascer do sol - que eu simplesmente detesto ser mãe. Nossa.

Talvez isso decepcione algumas pessoas - mas devo lembra-las de que eu também sou uma pessoa, sou gente como você, com sentimentos, frustrações e idiossincrasias.

Existe um momento, na qual estou comendo chocolate lá em cima das nuvens, enquanto toca uma melodia suave e anjos voam a minha volta em que de repente ouço bem fraquinho - vindo com um vento suave- um choro de bebê. A principio pouco me importo, mas aos poucos o lugar vai escurecendo, as nuvens vão ficando ralas, os anjos se dissipam e o choro chega em você como um furacão e você Caí lá de cima e pum! acorda na sua cama, ainda abraçada com o marido.

Primeiramente eu penso "Quem é a mãe dessa criatura que deixa o bebê chorar no meio da madrugada?" e de repente me dou conta que EU sou a mãe. maldição...

Vou cambaleando - quase caindo - para o quarto da minha filha (droga, tinha que ser minha?) e a pego como um leão caça uma gazela. Com o pensamento repetitivo porque eu quis ser mãe? porque? porque? trago a para a minha cama, dou de mamar, sinto o seu cheirinho e  fico de repente feliz, que ela esta lá comigo e caio novamente no sono gostoso.

Parece que não se passa nem 5 minutos e acordo novamente com uma criatura - que raios de criança é essa?! - chorando em pé pedindo alguma coisa completamente desconhecida para mim - eu não entendo e pouco quero entender aquele bebê.
Tento faze-la dormir, puxo-a para junto de mim e mais uma vez o pensamento repetitivo volta Como posso devolve-la? como?, sem sucesso dessa vez. percebo que ela aponta para o pé sem meia - raios! aonde foi parar a meia? - procuro na escuridão, no meio de cobertores a tal meia - como um cego procura um óculos- a acho, coloco no pé - ela ri - e eu novamente estou gratificada por ser mãe e coloco ela para dormir.

Passa-se novamente 5 minutos (ou horas? não sei!) ela acorda novamente, batendo os pés ferozmente na cama e me pergunto como que a algumas horas atrás eu estava conversando sobre ter outro filho! como? cruz, não deveria nem ter tido essa, ela esperneia por algo que agora não sei identificar. Verifico as meias, a fralda, verifico se não e febre - ofereço o peito - e nada! Começo a reclamar em tom baixo - que aumenta gradativamente - eu só quero dormir, só quero dormir. Marido - salvador da pátria - vai me acudir! A pega e coloca, com uma paciência que você não sabe da aonde veio, para dormir em sua caminha.

Você volta a dormir e quando percebe que o bebê voltou a chorar - o marido não esta mais ao seu lado e já foi acudi-la, com uma doçura que você não sabe como é possível. Volto a dormir.

Ela chora novamente - e acordo, dessa vez com ternura - para acudir minha princesa. Chego no quarto, a pego com carinho, olho para ela, sussurro um "desculpe", a beijo, ela me beija e sorri. Deixo a deitada ao meu lado novamente e seguimos dormindo agarradas até o amanhecer, quando sou acordada por um beijo na bochecha e a canto um "Bom dia, bom dia" para ela. Sentindo como se Ser mãe é a melhor coisa que existe.