quarta-feira, 29 de abril de 2015

Pipoca no nariz ou um dos eventos mais assustadores da minha história da maternidade.

Helô tinha acabado de nascer, tinha 1 mês no máximo.

Eu estava bem no olho do furacão do pós parto. hormônios loucos, Laura dando mega trabalho, não estava dando conta nem de mim e tinha duas crianças para ser responsável.
Era sexta feira, coloquei um desenho na TV e fiz pipoca (opa!) e dei a Laura sem nem sequer ficar de olho. passou-se horas (acho..) e ela me chamou:

   - mãe! olha que legal! - e ela plot, põem a pipoca no nariz.

Eu em pânico berro:

   - nãoooooooo!

E ela em pânico enfia o dedo no nariz, empurrando ainda mais a pipoca.

Até hoje sinto desespero na situação. Ela chora desesperada (de dor) eu berro ao meu vizinho que tenho que ir no hospital e helô ali, como recém nascido meio que: "e eu? como entro na história?"

Pego as duas no colo, pulo no carro do vizinho. Estava de pijama, sem sutiã, as crianças sem sapatos e sem casacos. Nós fomos no auge das 18 horas para o UPA. Laura aos berros, chegamos no hospital, eu entro como se Laura tivesse sido esfaqueada. Ponho ela na cama. Falo que enfiou uma pipoca no nariz, a médica estupida nem examina, só me pergunta: respira? e eu: sim! respira! E ela ploft, enfia uma pinça nariz a dentro, fazendo o nariz sangrar, enquanto minha filha se esperneava na cama.

Me colocou para fora e disse que teria que passar por um otorrino. não colocou uma lanterna, não examinou nem antes e nem depois.
Passam-se um tempão e não tinham nem feito o pedido - preferenciava ficar conversando com os colegas - eu nervosa, com um bebê RN em um ambiente hospitalar que ela NUNCA tinha ido na vida. Meus nervos não se acalmavam, por uma e pela outra. Pelo descaso e pelo desrespeito, mais uma vez.

Aparecem para ver o estado dos batimentos cardíacos - talvez pela violência que foi tratada? - não perguntam, não explicam, vão logo querendo colocar o dedo nela em um aparelho. Ela se desespera, chora desconsolada no colo do pai, que já havia chegado. Ele pergunta do que se trata, ele explica, ela deixa. Basta um pouco de empatia para as coisas funcionarem.
O tempo passa e nada. Nada.
Peguei Laura e fomos no particular. um roubo, queriam que ela passa-se no pediatra, para depois ir para o Otorrino. Queriam cobrar as duas consultas. detalhe: otorrino não tinha naquele dia, só segunda.

Fomos embora, sem nada solucionado. Passo a noite em claro, observando sua respiração.
Literalmente eu observava sua respiração.

O UPA liga as 22 horas dizendo que tem otorrino no hospital em outra cidade as 06 da manhã. Agradeço, mas não vou. descaso. Mais uma trauma de hospital para a minha coleção, não fui nem para parir (Thank´s God), me arrependo de ter ido por uma pipoca no nariz.

O que seguiu-se foi alguns dias de coriza intensa. Depois passou. ou a pipoca entrou e foi para o estomago ou esta lá até hoje (será?).