quarta-feira, 30 de maio de 2012

No final, o que é criação com apego?

Diversas vezes eu citei aqui e no facebook a minha "criação" escolhida para a Laura, a tal da

"attachment parenting", ou em português, algo como criação com apego. 

                    ou mais conhecida como "Essa criança vai ser mimada, mandona, carente e dependente e vai sofrer no futuro" 

    Basicamente, o attachment parenting, defende o carinho, o contato,  a amamentação prolongada, dormir com embalo e peito e principalmente respeita o tempo da criança de se adaptar com algo. nada feito abruptamente sem a criança querer. (por isso o tal adjetivo de criança mimada).
   Pois é, mas contra todas as expectativas de uma sociedade que quer mandar no tempo biológico de cada um e fazer de uma criança um mini adulto, a criança criada por essa forma é pelo contrário um adulto; auto- confiante, alegre, independente e sociável(mesmo entrando na creche com 4 anos! o que infelizmente não vai ser o caso aqui em casa :( ).
   O método é meio avesso a tal "supernanny", Bíblia do bebê (tenho aversão a esses livros!) entre outros.  e é mais próximo a Laura Gutman (clique aqui)e ao pediatra Carlos González.
    Cansei de ouvir que minha filha vai ser mimada no futuro (ou que já é) ,  respondo que ela "é bem amada" ou as vezes concordo, "é, vive fazendo manha", ainda acreditam que um bebê realmente quando quer colo quer ser manipuladora, "Putz! joinha para você!". - cada coisa! quero ver quando chegar na fase do "não" (que toda criança passa) como vou ouvir!.  hehehe vou me divertir. -Não confunda! -  é claro, que não estamos falando em não se por limites (o que acontece por volta dos 3 anos, ou quando a criança é capaz de assimilar um "não" e um "sim" e não quando ainda é um bebê...)
     
   O texto mais comum dessa criação, vocês já devem ter vistou ou lido:

                       "Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos...Não há ninguém na prisão ou no hospício, porque recebeu colo demais, ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles. Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico, parece ser a maior preocupação de nossa sociedade."
      
       E todo esse assunto, eu comecei para mostrar essa reportagem que explica de um jeito bem laico o que é a criação com apego. 

         Alguns trechos:

          “A criação com apego não é um método. Ela não é um manual, não possui regras nem é uma técnica que ensina como criar os filhos. É um conceito amplo que envolve, sobretudo, a criação de pessoas seguras, autoconfiantes e empáticas, baseado no respeito aos comportamentos inatos de uma criança”, afirma Ligia Moreiras Sena, neurocientista doutora em neurofarmacologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).



Os adeptos da criação com apego recorrem à ciência para apoiar suas escolhas. Estudos internacionais mostram que o cuidado materno afetuoso na infância leva ao aumento de uma estrutura cerebral chamada hipocampo, envolvida no processamento da memória e do comportamento emocional.
“Muitos estudos mostram que somos os arquitetos dos cérebros de nossos filhos. Construímos uma estrutura de paz e calma através da maneira que respondemos aos choros e às necessidades das crianças”, afirma Lu Hanessian, jornalista, educadora parental e autora do livro “Let the Baby Drive”.
“A criação com apego diz respeito a bebês. Com os mais velhos temos que aprender a impor limites, claro. O bebê é uma criatura para quem você precisa dizer ‘sim’ o tempo inteiro. Mas para crianças mais velhas é preciso dosar ‘sim’ com ‘não’”, responde Robin Grille à crítica social feita aos pais que respondem prontamente a todas as necessidades dos filhos.
“Existem diferentes formas de se ensinar uma criança a respeitar seus próprios limites e os dos outros. Geralmente os pais ensinam o ‘não’ pelo ‘não’. Isso não ensina limite. Ensina autoritarismo e medo. Não podemos menosprezar a capacidade das crianças. Os pais devem explicar as razões pelas quais a criança pode ou não fazer algo. Agindo assim, ensina-se não somente limites, mas a ouvir e ser ouvido, a respeitar e ser respeitado. Dessa maneira, é possível compreender porque essa forma de criação exclui veementemente a punição moral, física e psíquica”, defende Ligia.