Há mais de 4 anos atrás - ou 5 - eu vivia tendo crise de dor de estomago. Não sei como os restos dos corpos se manifestam, mas o meu é bem claro, crise de gastrite é sinal de que eu já estou sendo contraditória com o que eu penso/quero e que eu não estou sabendo resolver.
Para chegar nesse ponto, quer dizer que já passou do ponto.
Faz 1 mês que entrei na escola, faz 1 mês que ganhei uma bolsa de pesquisa na USP, faz 1 mês que não passo o dia todo com minha filha, faz 1 mês que vivo em uma redoma de emoções, faz dias que começou minhas aulas e faz 2 dias que Laura já esta sem fralda em casa. Nesse mês, passamos por uma aniversário de 2 anos - sem ter feito uma postagem sequer a respeito- uma virose feia, um desemprego e por aí vai.
Ontem eu deixei Laura na escola as 06:30 exatamente, sozinha, na escola e ela só ia ser buscada as 18:30. Quase morri ao fazer isso e fiquei batutando a respeito o dia inteiro - durante as aulas, no transporte. Fora isso, o tempo de chegar da faculdade até o trabalho é exato de sair de uma sala e entrar em outra, sem tempo para comer. Ou seja, não almoço faz... ainda bem que 1 dia, porque ontem eu resolvi parar e almoçar.
Com essa "decisão" cheguei atrasada no trabalho - óbvio - e apesar de adorar tudo ali, vi que não tinha jeito, não tinha como, não tinha o porque continuar. A troca que eu fiz era demasiada para meu estomago e a partir daí comecei a passar mal, muito mal e sem poder parar para respirar, para não abaixar, para conseguir sentar e muito doída com a decisão, mas não tão doída quanto eu já estava, resolvi conversar para sair ou ficar um tempo bem mais curto na escola.
A partir daí, meu estomago melhorou quase como milagre - mas minhas costas, braços e pernas não - eu não dera conta, eu não quisera dar conta, eu precisava passar mais tempo com minha filha, passar as tardes com ela, eu precisava viver e o dinheiro? se eu te falar que eu gastei mais do que ganho só devido a "culpa materna" não iriam acreditar, Laura teve mais coisas e menos mãe do que teve em toda a sua vida e sinceramente? troco na lata presente por presença.
Não estou pronta ainda, tentaremos novamente mais adiante. E estou feliz com minha decisão e feliz em meu corpo manifestar tão bem minhas angústias, se não até quando iria?!
E é prova, as mesmas pessoas que me falavam "você não vai trabalhar não? são as mesmas que dizem " coitada dessa criança agora que vai voltar a trabalhar!", de qualquer forma, prefiro não pensar nelas.
E continuaremos a vida. Como gostávamos de continuar. Felizes.