Estou querendo escrever esse post faz mais de mês, mas sempre algo acontece que não consigo terminar.
A maternidade me trouxe vários ensinamentos, no início, quando Laura era bem pequena, eu não tinha entendido direito esse negócio de ser mãe, lidava mais como ser dona. Eu não aceitava ajuda, me orgulhava disso e vivia muito apertada e achando que todo mundo estava contra mim (oras bolas)! Logo o mundo me mostrou o oposto e eu abri a guarda e entendi que o mundo que eu queria que minha filha vivesse era o de apoio contínuo, boas energias, ajudas mútuas, como uma tribo.
Em um dado momento li um livro chamado " uma mente milionária", parece engraçado, mas aprendi nesse livro sobre maternidade e deixar as coisas fluir, em um dado momento ele fala para nunca recusar nada que seja bom, assim você mostra para o universo que esta aberta as coisas boas e positivas e fala sobre alguns estigmas negativas sobre palavras e objetos que na verdade são bem positivos, como ajuda e dinheiro (que vemos como algo tão ruim, mas são na verdade coisas boas!) e como é bom falar sim para as duas coisas (sim! Sim!).
Isso sem esquecer a mágica que foi ganhar de presente um casamento (sim!) com várias pessoas incluídas. A verdade - sem querer me gabar - é que eu sempre fui cercada de várias pessoas boas.
Antes mesmo de um ano Laura já tinha uma boa rede de apoio. De todas as formas possíveis, isso só veio aumentando cada dia mais.
Grávida da Heloísa eu recebi financeiramente a ajuda de 99 pessoas para pagar o parto dela (99!), mais as pessoas que me deram informações, forças e apoio para seguir em frente (impossível contabilizar).
Antes de me formar, eu tive a ajuda de mais de 2 mil pessoas para divulgar e batalhar pelo meu caso, que deu em uma nova resolução e um acréscimo de 4 para 6 meses de licença maternidade da USP ( e tirou o poder das mãos dos professores) e no fim, me formei.
Em uma saída com amigos da faculdade, eu resolvi prestar mestrado. Mas não sozinha, foi intensos 2 meses de real ajuda e dicas (com direito a muito audío via whats upp) para eu ficar tranquila e passar pelos exames.
Durante essa trajetório eu ainda ganhei incentivo e prestígio para continuar trabalhando em casa, mas mais que isso, eu ganhei apoio, abraço e energia positivas para também lidar com alergias e outros problemas que vivi/vivo em casa.
Entre tantas outras coisas, minha maior preocupação era aonde as crianças iam estudar ano que vem - afinal eu não tenho realmente alguém que fique a disposição para que possa cuidar das minhas filhas. Minha mãe claro, pode vim sempre uma vez ou outra, mas não pode permanecer em um longo período de tempo.
Foi uma alegria um dia receber a ligação de que eu tinha ganhado 50% de desconto em uma escola aqui perto e uma tristeza saber que eu não poderia pagar. Dentre os tantos milagres, a salvação final do meu ano (e da minha tranquilidade para dormir a noite) foi uma pessoa especial (desde sempre) ter pago a matricula e me ajudar a pagar as mensalidade. Filhas seguras e felizes garantido ano que vem e isso permitiu que eu conseguisse me voltar completamente para os estudos nas provas finais do mestrado (ufa!).
Entre tantas coisas, eu agradeço a todas essas pessoas conhecidas e queridas, mas também agradeço as pessoas desconhecidas, que de alguma forma me ajudam no transporte público, na rua, a amarrar um sapato de uma das crianças ou as que oferecem alguma coisinha para minhas meninas comerem.
Eu sei, parece absurdo falar em bondade de pessoas com tudo isso acontecendo no nosso mundo, mas eu acredito - porra se acredito! - nas pessoas e que a bondade é essencialmente a maioria, a esmagadora maioria e que estamos nos finais do tempo, nos finais do tempo da intolerância, da maldade, do preconceito e que estamos voltando a ligar-se uma nas outras e ajudar um pouquinho aqui e ali para tornar o mundo melhor.
E as minhas crianças, um dia, quando tiverem grandes - sejam elas quem forem, mas que sejam felizes - e você olhar para elas, sinta orgulho também, porque com certeza você também me ajudou a cria-las. Você também ajudou elas a se tornarem o que são. E nada disso seria possível sem vocês.
Fica aqui meus agradecimentos, minha tribo, por permitir que minhas filhas conheçam a maravilha de ser e estarem aqui pelos nossos laços e os laços de vocês. Por estarem e serem envolvidas essencialmente de amor.
Obrigada,
Dessa mãe que chora de esperança por um mundo que já esta melhor.