quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Lalá Aranha em: Fantasias de um mundo mais livre.

desculpe a montagem gente, tinha que fazer, hahaha

Laura esta na fase das fantasias, ao mesmo tempo que a escola define para ela o sexismo na infância. Aliás, a escola não. A sociedade.

Ela tem fantasias de tudo que ela gosta, de princesas, de palhaço,  de homem aranha, Batman, Robin, da Minnie.

E quase todo dia ela coloca uma fantasia diferente, uma encenação diferente. Ela brinca do que ela quiser, sem muitas interferências.

A infância é livre, ao menos aqui em casa. O meu medo é que seja só aqui em casa. No mundo real as situações sexistas se apertam e nos encurralamos para tentar fugir delas, mas esta cada dia mais difícil:


Fomos comprar um patins - aliás, mostrar a ela o que era um - e entramos na loja de brinquedos (a Ri que é Happy) e perguntamos felizes se tinha patins, a resposta foi negativa por ela ser menina e "você não vai gostar do que tem".
No fim, tinha exposto patins de homem aranha e toy story (ambos que minha filha ama!). Mostrei a minha filha empolgada os patins que tinha, tentando apagar o que a moça tinha dito da cabeça dela, enfatizando o quantos eles eram legais e que ela podia andar com eles sim, mas que iríamos procurar em outra loja um só azul, do jeito que ela queria!

Na escola o Ballet é para meninas e judo para os meninos. Reforçando estereótipos. Ela que era tão boa em luta na outra escola. Levei a pauta. Ninguém deu bola. Não é uma questão relevante.

Em outra ocasião ela precisava levar uma toalha de rosto para escola, ia levar do homem aranha, desistiu no caminho, "meus amiguinhos vão falar que é de menino mãe". Conversei, falei para ela que era de todo mundo, ela concordou, mas pediu para não levar. Levou do Patati, a contragosto da mãe. 

E antes dos 4 anos, suas asas já estão sendo pressionadas, cortadas, fragilizadas. Abaixo a cabeça, não sei como argumentar, só suspiro: Brinquedos são de todos, desenhos são de todos. Tudo é de menina e de menino. Ela não responde. 

Minha filha não é ainda toda empoderada, escola nova, muitos desafios. O mundo vencendo algumas batalhas, mas ainda temos muitas pela frente.

Passa-se alguns dias,  ela vem feliz: Quero colocar vestido! E a capa do homem aranha!

E ela coloca e saí na rua Poderosa. Ela pode ser quem ela quiser ser. Ela sabe disso.

Meu orgulho,



terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

E ela fez 1 ano... (Heloísa)

É uma coisa de louco quando um ano se passa.

Quando a gente se dá conta que o ano passou. 1 ano da minha segunda filhota.
Que coisa mais louca.

Foram meses de loucura. De choros, gritos de achar que ia surtar - ou de ter surtado mesmo.

1 ano que descobrimos céus e infernos misturados. E de repente tudo passa. Tudo realmente passa.
Tudo passou. Pum.

Ela já anda, já fala (e a última dela é gritar: irmãaaa, irmãmã!)

Heloísa é uma filha incrível, que atende todas as minhas expectativas de segunda filha.

Danadinha, já anda, já fala, come bem, bagunceira e mexilhona. Já tem 4 dentes. Dá beijinho na boca e responde prontamente quando falamos para ela falar mamãe: "papai".


Morde, arranha e rouba brinquedos. Sabe bem o que quer. Aprende rápido. Bate palmas. Me agarra, quer colo. Super carinhosa. Amor sem fim.

É louco como passou rápido esse ano. Lembro de lidar com ciumes excessivo da Laura no começo - de mim claro, nunca com ela.

Fomos aventureiras. Foi rápido, mas passamos por tanta coisas juntas. Temos uma ligação incrível,

Me nutrir do que ela pode, para nutrir a ela. É uma das coisas mais maravilhosas que já fiz por um ser que não fosse por mim. Ela me desviciou. Mudou minhas prioridades.

Meu leite é dela. Minha alimentação é por ela. Minha respiração é por ela.

Tão fácil isso, que é quase falcatrua eu falar que seja algo que fiz por ela e não ela por mim.

Heloísa é minha alma de outras vidas. Amo infinitamente.