quarta-feira, 21 de março de 2012

O Parto! Sem cortes.

ATENÇÂO: se você tiver problemas de estomago não leia este relato! É Sério!


Em fim, O parto!


Vou começar este relato, exatamente da onde começou o trabalho de parto! no dia 15/03 um pouco menos das duas da manhã:
   Acordei com uma dorzinha mínima parecida com cólica misturada com dor nas costas que iam e vinham a cada 3,4 minutos, na hora já sabia que era as contrações... apesar de ter tido elas nas últimas semanas, e normalmente elas eram bemmm mais fortes, eu sabia que dessa vez elas eram sérias e que delas a Laurinha ia nascer. Esperei até as 02 e 30 para acordar o vini (ele dorme todo dia 1 da manha e acorda as 06, maldade acorda-lo sem necessidade antes do tempo) e avisei:
   - Amor, a Laura nasce hoje, mas pode continuar dormindo.
   É claro, era quinta feira (4 dias sem dormir direito já), ele continuou dormindo.
   Mais por ansiedade do que por dor (ainda mínima) resolvi acorda-lo de novo, "Amor! quero ir para o hospital!". Eu sabia que se chegasse no hospital com pouca dilatação, eles me mandariam de volta para casa, então acordei minha mãe, fiz todo mundo se arrumar e eu tava super entusiasmada e feliz! finalmente o momento tinha chegado! Mas... no último momento lembrei que se eu tomasse um banho quente eu teria maior chance de dilatação! dito e feito e entrei no banho.
     Quando saí, ligamos para meu sogro para buscar-nos, a essa hora eu já sentia contrações mais fortes e a vontade de agachar era IMENSA, então assim eu fazia a cada contração... mas entre elas eu batia o maior papo e estava muito bem!
      Chegamos no hospital mais ou menos as 4 da manhã. Passei no atendimento e o exame do toque (super dolorido por sinal) já detectou 5 cm! fiquei na salinha de espera durante 2, 3 horas esperando dilatar mais para ser internada, durante este tempo abraçava o vini bem forte nas contrações e escondia minha cara de contorção das outras grávidas que aparentemente estava muito melhores que eu! (depois vim a descobri que elas não estavam na fase do trabalho de parto ativo, eram ameaças ou ainda nem tinham dilatação), mas até aí já estava me achando super fraca para dor, mas o abraço do maridão resolvia tudo...
        Fui internada com 7 cm, nos deixaram em um quarto rosa (306) com um bercinho e só avisaram que o nenem ia nascer lá e nos deixaram sozinhos. Ah essa hora as contrações já estavam me contorcendo toda, mas ainda tolerável. Os médicos apareciam de vez em quando para saber como andavas a dilatação e a bolsa ainda não tinha estourado e a Laurinha estava ainda muito em cima.
           *até agora sem medicação alguma, sem soro, N.A.D.A.
          Chegou um momento que o médico TINHA que estourar a bolsa, não curti a idéia, queria tudo naturalzão (ainda), quando ele virou as costas para buscar o treco que fura a bolsa, minha bolsa, instintivamente "ouviu" e estourou SOZINHA, foi um alívio, a dor passou pela metade...como se antes eu tivesse "entupida" e agora estava leve, livre e solta. nessa hora eu estava de 8cm para 9 e o médico recomendou um banho quente de 1 hora.
            O banho, sinceramente, foi muito bom (logo posto a foto "meio forte" da hora do banho) as contrações continuavam ativas, mas a dor era super suportável e consegui ficar em silencio, meditando e agradecendo a D´us pelo momento que eu estava vivendo. O vini (em todos os momentos comigo) estava sentadinho na privada e acabou adormecendo (para vocês verem como eu estava tranquila neste momento) e 1 hora se passou e me tiraram do super delicioso bainho e me levaram para o quarto, lá realmente começou a 3 fase do parto!
               Me tirar do banho foi uma das piores sensações que tive no mundo, e eu (culpada) não abri a boca para falar que eu não queria sair, mas fui para o quarto e as dores começaram a ser insuportáveis. Aí eu já tinha 10 cm de dilatação (TOTAL) e podia parir a qualquer momento...SE a Laura ainda não tivesse tão para cima, por causa disso me deram um exercício de agachamento para fazer que é "agacha e faz força nas contrações, segurando em uma barra", muitas mulheres preferem esse exercício, eu sinceramente, ODIEI AMARGAMENTE, começou a me dar muito medo da hora de nascer ("como a cabeça vai sair pela minha B*$¨¨%$*# desse jeito??") e por causa do MEDO, e quero destacar que não foi a dor, não foi os médicos, o local, foi o MEDO que começou a atrasar o nascimento da Laura.
               *MEDO da dor de sair a cabeça e o corpo fosse maior do que a que eu já estava sentindo, dor de sentir o que os outros relatavam  ( e #ficaadica não acredite em relatos de partos antes de ter o SEU, não sinta medo, é tremendamente provável que o medo do desconhecido atrapalhe e não ouça as histórias da vovó)
               Durante o agachamento resolvi que não queria mais parir (no momento foi uma decisão que parecia super sábia) e que eu ia fazer de tudo para isso não acontecer. Repetia diversas vezes ao vini: "eu não quero mais filho nenhum, desisto, não quero mais, é sério!!" e por causa disso resolvi fingir fazer força nos agachamentos, que obviamente não adiantaram em NADA, pedi a enfermeira para deitar na maca (já sabendo que esta é a posição menos aceitável para ter o bebe, mas até aí eu já tinha decidido que não teria mais bebe nenhum...) e continuava a sentir as contrações...
               O médico chegou e disse que se eu colaborasse a nenêm poderia nascer dali ah 15 minutos e eu me livraria de todas as dores; é claro que eu não acreditei, achei que a dor das contrações são melhores que a dor do PARTO em si e estava apta a tolera-las do que passar por mais dor do que aquilo que já estava sentindo (suposições em uma hora dessa quase F#$% tudo).
                Aí tive uma brilhante idéia! eu fugiria e não teria mais que passar por aquilo! (perfeita não?), quando a médica, quase que imediatamente me contou a história de uma mulher que saiu correndo no corredor tentando fugir do parto! eu respondi com determinação: "nossa, que idiota né?" rsrs.
                Sabendo que eu não estava colaborando em nada os médicos saiam da sala e nos deixavam sozinhos e nesses intervalos eu aterrorizava a vida do vini (SANTO VINI), quando ele perguntava "O que eu posso fazer amor?, me fala que eu faço" e eu respondia "pega uma arma e dá um tiro na minha cabeça" e repetia diversas vezes, com uma super sinceridade.
                  O médico volta com a brilhante idéia: *momento nojo, pule se tiver problemas de estomago. "AH! você deve estar com medo de fazer força e fazer cocô, se quiser pode ir no banheiro!" Respondi de imediatamente: "Faço na cama mesmo, sem problema algum" (eu não estava com pudor nenhum em fazer cocô na cama, até preferiria, não tinha saco de levantar daquela cama de novo), nisso nas contrações me caguei toda (hehehehe... desculpe os detalhes), e claro, relatava com precisão ao Vinícius (pois é, para me aguentar só ele!).
                    Mais um intervalo se passa e o médico volta para ver se eu já estava decidida a mudar de idéia e ter o nenem (pois é, ela já poderia estar nos meus braços ah mais de hora se eu não fosse tão cabeça dura, mas graças também a essa cabeça dura que tive o parto normal, então compensa!), ele chega no quarto e eu sem ter tomado medicamento algum, pego na mão dele, olho bem nos seus olhos e chorando peço encarecidamente: "por favor, me de alguma coisa para dor, por favor, qualquer coisa, por favor". Então ele responde, dizendo que nessa fase do parto nada adiantaria, só nascendo e que se eu insistisse ele daria um remédio que seria só um placebo, eu, insistente repito o pedido diversas vezes o deixando sem paciência (COITADO!!), aí ele responde: "tá tá tá, vou te dar alguma coisa, mas aí você não vai conseguir fazer força e o bebe vai nascer chumbado" eu prometo que farei força e nem ligo para o nenem nascer chumbado ( na verdade eu achei que ele ia dar o placebo, mas nessa hora até o placebo estava me servindo) e ele dá o tal remédio que até hoje não sei o que era, mas a dor, as contrações, nada passaram, só que eu me acalmei e muito e comecei a colaborar e fazer força por conta própria quando vinham as contrações (resolvi acabar logo com isso) e a gente estava sozinhos no quarto quando a Laurinha estava com a cabeça ali, nascendo...
          Neste momento a dor diminuiu e a minha concentração passa a ser inteira para fazer força e o medo se dissipa, naquele momento eu fico super tranquila e traria o bebezinho ao mundo sozinha, mas o vini chama os médicos e quase que imediatamente limpam tudo ao redor e começam a me instruir para fazer força (que eu já estava fazendo), o vini é chamado para ver o cabelinho da Laura Lá (pois é...) e o médico me dá 3 ou 4 contrações (não lembro exatamente quantas agora) para eu parir sem fazer cortes, faço todas as forças possíveis e acabei precisando de 1 corte (1 ponto) e a Laura nasce, berrando, ativa, as 12 e 30 com 2,958 kilos e 51 cm, com nota de apgeu 9,  indo primeiro para o colo do papai e neste exato momento eu já estava MUITO BEM, feliz, chorosa (de felicidade), batendo papo, mas com a pressão baixa (por causa do que EU fiz COMIGO mesma) mas recuperada, completamente.
        Esperamos mais 20 minutinhos ou 30 para eu "parir" a placenta, nesta altura eu já estava brincando: "precisa fazer força? porque eu faço!" e quando ela "nasceu" eles já estavam levando embora quando eu pedi "EIII, deixa eu ver meu segundo filho poxa!!!" e assim a vi, eu e o vini e sinceramente, nem eu e nem ele achamos "nojento" ou algo do tipo, parecia um órgão e fico feliz por te-la visto, afinal foi a casinha da minha bebe nos últimos 9 meses...

  Observações: O parto durou 10 horas mais ou menos, o medo foi um grande problema, mas no final tudo deu certo, tive um companheirão MARAVILHOSO em todos esses momentos e tenho certeza que ele colaborou em tudo para ter a Laurinha, diria até que ele fez o parto. Compartilhou a dor, a alegria, o choro, bateu papo, acalmou-se e desesperou-se nos momentos certos, participou de cada detalhe sem frescuras (do momento fezes... ao momento cabeça, hahaha) e foi o primeiro pai que vi na história que não só carregou, mas trocou a fralda antes da mãe (histórias para outro dia...). Obrigada meu amor, minha vida, não só conheço agora o que é um amor incondicional pela filha, como sei o que é um amor incondicional pelo marido. Ambos Extremos.